A duplicidade de personalidade (uma espécie de economia
paralela da psique) é um tema recorrente, todos a sentimos e há mesmo quem faça
disso modo de vida quando não até de subsistência.
Sermos apenas um só é um luxo - e um risco - que nem os
poetas querem correr. Esta multiplicidade encerra no entanto vários problemas
de diversa índole, entre eles, e à cabeça, o problema escatológico da salvação,
pois desde logo fica a questão: seremos julgados por qual de nós.
Sendo um problema humano ainda com muito por desbravar
devemos abordá-lo com a sabedoria dos ignorantes: ir dando a face que estiver
mais habituada às bofetadas e guardar sempre uma outra que possa realçar os
cremes de beleza.
Doravante terei sempre uma face em estado imaculado para
qualquer circunstância.
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