Um presidente acima das nossas possibilidades


M. – Filho, desta vez vais mostrar que és um homem, ou quê!?

A. – filha, estamos quase em férias…deixa lá isto passar…

M. – Nem penses! Ainda te chamam banana!

A. – mas ó filha, eu tinha prometido aos nossos netinhos que ia jogar com eles ao sete e meio para o Algarve!

M. – Eu levo os miúdos para baixo e tu ficas cá para mostrar que existes!

A. – mas eu existo…

M. – Tu não existes, filho, fora dos programas de comédia não existes, desta vez vais ter mesmo de fazer alguma coisa para te fazeres presidente existente!

A. – achas que se eu fizer outro discurso sobre o estatuto político dos Açores estará bem?

M. – Ó filho, tu atreve-te! Tu agora vais ter mesmo de deixá-los à toa! Não me interessa nada do que vais dizer, eles têm é de ficar: à toa.

A. – então…mas só se eu disser que aceito o Portas mas só se ele fizer um corte de cabelo igual do Nuno Melo…

M. – Não dá, filho, ele ainda compra um capachinho e safa-se, tens de ser mais incisivo, raio! Será que também vou ter que ser eu a resolver isto como tive de fazer ontem com os estores que estavam encravados!

A. – ó querida, isso é que me fazias mesmo um grande favor… eu estou aqui com uma dor nas cruzes e tudo por causa duma posição que tive de fazer com as costas durante a última tomada de posse

M. – Olha, tu vais lá e dizes que sim mas que não eventualmente assim-assim, ou então coiso.

A. – parece-me bem pensado e dá imagem de durão, mas olha…e depois posso ir para baixo com os netinhos?

M. – Só podes ir quando o Portas ficar careca, antes disso estás proibido. Deixo empadão no congelador e já limpei a gravata cor de salmonete que estava com aquela nódoa de sardinha assada

A. – e se eles depois me disserem: 'então agora tome conta disto'... o que é que eu faço?

M. – Nesse caso, chamas a troika e marcamos aquele cruzeiro na Somália para ver os piratas!

A. – mas ó filha, eu preferia ir antes jantar fora uns salmonetes ali a setúbal?

M. – Primeiro os piratas, depois, quando voltarmos, se setúbal ainda for nosso vamos aos salmonetes!

A. – estou com muito medo, já sem sei se consigo fazer a minha cara de pau…

M. – Consegues querido, claro que consegues, fazes assim: quando estiveres a ler o discurso pensa naquele dia em que o nosso netinho mais novo te bolsou para cima das calças e então faz a mesma cara!

A. – achas então que eu ainda sou muito homem?

M. – Claro, filho! Uma mulher nunca faria figuras destas!

2 comentários:

maria disse...

adoro o final! ;)

bjs

aj disse...

foi um brinde, vá lá! :)

beijinhos