Dívida Metódica


Subsídios para uma reestruturação
Primeiro pega-se numa dívida e analisa-se o credor; antes de nos pormos a verificar para que teríamos precisado nós do dinheiro, haverá que escalpelizar porque teria precisado o credor de nos emprestar.
Em segundo lugar haverá que dividir a dívida em várias parcelas: nunca o dinheiro serve para apenas uma coisa, a dívida é como a dor de rins: 1/3 é má postura, 1/3 é deficiente movimento de fluidos e 1/3 é a presença de cálculos agressivos. Por isso, quando nos pedem que paguemos algo, comecemos primeiro por alterar apenas a postura. É péssimo fazer reembolsos de cócoras.
Terceiramente (é o adverbio de modo de estar em terceiro) devemos considerar que antes de chegarmos ao milhão temos de passar pela dezena, depois pela centena, de seguida para o milhar e por aí adiante, e apenas se der tempo analisaremos os seguintes, pois ninguém percebe decentemente o valor de um milhão se não tiver derretido antes uma boa centena de milhar. Ou seja, antes de pagar uma centena que seja devemos pagar primeiro uma ou duas dezenas para ver a reacção. Credor que não saiba valorizar o pouco não é digno de receber o muito.
Por quarto e último, como fez o nosso descartes, a dívida deve ser revista. Uma dívida com o tempo vai-se alterando e quando chega à sua maturidade pode perfeitamente já não estar em perfeitas condições e o credor terá obrigação de nos dar uma nova. Ou seja, a renovação da dívida é uma obrigação do credor, tal como é o senhorio que tem de garantir que a casa está em boas condições de uso para o inquilino.

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