No dia da sua implantação o presidente da dita nem sequer
pode sair à rua. Não é bonito e não há busto que disfarce o desconforto que
isso devia significar para quem tenha um pingo de sensibilidade e bom senso na
pinha. Não se trata de um efeito secundário da hibernação de soberania em que
vivemos, é importante que se diga, trata-se duma má ponderação do momento que
vive o País. Um presidente que não está próximo do país, mesmo que essa
proximidade fosse litúrgica ou fetichista, perdeu a sua função. Já não é
símbolo, já não é refúgio, já não é inspiração e muito menos referência,
tornou-se um saco de boxe, um desabafador, uma espécie de relvas com estudos.
Com a relação entre cidadão e Estado a ficar reduzida e estrangulada numa
relação de sacador-contribuinte vêm abaixo todos os pilares duma sociedade que
se arrastou nos séculos a tentar eliminar despotismos, prepotências e
iniquidades. O presidente eleito duma República devia dar o peito ao saque e ter consciência
que não está ali por nascimento ou golpe de estado, que tem um compromisso de
lealdade para com aqueles que aqui nasceram sob pena de, com a sua pose, se
tornar num portas de boliqueime. As instituições são importantes quando
significam uma organização de poderes e conhecimentos, quando anulam os efeitos
duma turba raivosa ou duma facção sinistra, quando fazem a ligação entre cada indivíduo e todos os indivíduos. O Presidente da República Portuguesa não pode
ser o Administrador duma Fundação de Senadores. Para ser a salvaguarda dos
direitos das pessoas não basta a representatividade, é exigível a comunhão. Ora
actualmente a comunhão que se vive nem mística é, resume-se a um solilóqio num qualquer pátio da galé. E cá fora o povo feito ralé.
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4 comentários:
Excelente.
Excelente bis.
humm...um bis! Alors, un gros bisous pour vous! :)
:)
autre pour vous!
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