a economia da virtude


Há muito que o consumo tinha substituído a fé como principal motor da actividade e da ilusão humana. O consumo veio acompanhado de conceitos sedutores como a imaginação, a felicidade, o bem-estar, a liberdade, o progresso, e a fé foi ficando mais ligada a corrupção de almas, a liturgias bafientas, a estruturas de opressão emocional, a fanatismo , a irracionalidade e a regressão. Ora nestes tempos em que o processo de moeda ao ar que impregna toda a evolução humana entrou numa fase em que nos é apresentada a outra face temos para nos entreter o confronto semi-titânico entre a austeridade e a temperança. Assim, enquanto a austeridade nos revela os lados negros da privação, da insatisfação, da frustração, a temperança tem o seu tempo de antena para nos indicar o caminho da sobriedade, da paciência e da discrição. A opção para quem se sente fodido e mal pago é empertigar-se casto e ponderado. Se antes era preciso separar o consumo do desperdício, hoje é preciso separar a temperança da miséria.
Antes uma boa perspectiva na mão do que dois realismos mágicos a voar.

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