desmaker corner

Confesso que cheguei a criar algumas expectativas. Acontecia esporadicamente, mas parecia vir acompanhado dos condimentos todos e com uma cadência que fazia antever hipe garantido. O Meditação na Pastelaria e o Da Literatura envolviam-se em escaramuças à volta de criticas feitas por ambos aos mesmos livros,  verdadeiras peixeiradas que escorriam pela padiola dos posts e dos comentários (do MnaP), numa varinagem de escrita, mais ou menos explícita, que dava gosto ler e acompanhar e se possível até fazer o relato. Tudo faria prever que os responsáveis pelos jornais e revistas em que ambos escrevem aproveitassem esse tom de ejaculação literária assistida para o capitalizarem em polémica regular, aumentando tiragens, publicidade e vendas, criando até a devida rede de pittetes e leonardettes , e porque não merchandizing mesmo, que a pudesse alimentar, rentabilizar e multiplicar (guerreiro vs lucas, ou até uma vasconcelos vs silva). Mas não, tudo se parece ter esfumado em meia dúzia de galhardetes, acabaram os miminhos, nem uma acusação de plágio, nem de paneleirice, nem d'és feia como cornos, nem uma contagem de virgulas, nem uma acusação de encher-chouriçagem, copypastismo, nadinha disto, apenas uns ameaços de ironia, mas já nada a prometer a perenidade do cinismo, nada que deixasse ainda uma gretinha para alguém lá ir escarafunchar.
A perda desta energia de avacalhamento que está no nervo ciático da critica literária é, mais do que um sinal de perda de húmus criador, uma absoluta rendição ao jornalismo paternalista e automático (veja-se este cirúrgico post do Henrique F.) , que já deixou o mínimo contacto com o risco e a sublimação de neuras, aquilo que , convenhamos, efectivamente fundou aquele local em que crítica e  literatura se juntam e que deve ficar ali bem juntinho das portas do inferno. Já há falta de bons negócios e os poucos que aparecem deixamo-los a escorrer assim negligentemente pelos algerozes do cuidadinho que é para não estragar.

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