«...a minha cabeleira azul fica para a Viviane Lopes, o meu recheado
guarda-jóias fica para a Simone Bolina, as minhas acções na Mosca Morta ficam
para o Salvador A. Arinto, o meus prédios no Campo Mártires da Pátria ficam
para a filha da Simone e do Ernesto (que eu sei que um dia verá a luz), o meu
vestido com uma mancha espermosa do Clinton ficam para um rapaz coleccionador
de curiosidades chamado Elvis com quem dormi uma vez em Fevereiro no hotel do Buçaco,
os meus títulos do tesouro ficam para o Dário (se ele sobreviver à minha
morte), a minha vivenda em
Torres Vedras fica para quem descobrir como morri, o meu
serviço de porcelana Ming fica para a Viviane (na condição de ela o partir aos
poucos nas trombas do Raimundo e do Ernesto), a minha colecção de lingerie usada
fica para o Raimundo, o meu vibrador Yves Saint Laurent fica para o Ernesto, o
meu soutien com marcas do polegar esquerdo do Marlon Brando fica para a Simone,
as genuflexórios chippendale ficam para a Viviane, o silicone das minhas mamas
fica para o rabo da Simone, a casa em St Tropez fica para quem encontrar a pilinha do
Cossaco, e o resto fica para a casa-museu da Associação Portuguesa de Epigrafistas...»
excerto do testamento de Custódia Passos, aberto
publicamente em Dezembro de 2014, e datado de Outubro de 2012, no Cartório
Notarial da Malveira.
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