Onfray, aquele do tratado de ateologia et al, no seu livro recente em que ataca de forma contundente a psicanálise ( Le crépuscule d'une idole. L'affabulation freudienne), ainda no prefácio elabora uma espécie de postulados e contrapostulados freudianos. Num destes últimos ele escreve: «A recusa do pensamento mágico não obriga de forma alguma colocar o próprio destino nas mãos do feiticeiro»
Julgo que o 'pensamento mágico' e as 'mãos do feiticeiro' são precisamente as bases (paralelas) do estado actual do pensamento. Explico-me: mais ou menos conscientes da nossa incapacidade de tocar na essência da realidade, somos forçados a criar uma realidade paralela que se preste à nossa manipulação. Daqui surgem as duas vias: valorizar a capacidade infinita de produção autónoma do nosso pensamento, ou valorizar a sua sujeição a forças ocultas que o orientam.
Serve o presente para indicar que apenas o cristianismo desfaz esta encruzilhada, ou seja: permite que a força do nosso pensamento possa agir iterativamente com não só o resto do fenómeno que é a existência humana, como com o outro fenómeno que é a transcendência. Diria, e digo, que a revelação cristã ilumina o homem duma forma que a sua contestação apenas reforça: só um alienado não descobre a natureza humana na mensagem e na experiência relatada de Jesus.
Cada um de nós é o pior cliente de si próprio e há que dar uma volta a isto.
4 comentários:
The first role of the The Internal Market and Services Directorate General (DG MARKT) is to remove barriers, thus simplifying life, stimulating, reducing and widening.
The Fish (Marillion)
'Cada um de nós é o pior cliente de si próprio' ... cai assim, estatelado no chão com escoriações médio-graves a presunção egótica do liberalismo laissez faire ... ui!!!
'stimulating' and 'reducing' é que já não me parecem muito compatíveis, Mr Fish
Mr Fish. Nao concordo desculpe. Se tal 'stimulating' and 'reducing' é uma Eros máxima ... que erro rotundo!!! If it´s an economic statement ... the same error ... Seria até caso para perguntar se não estará a levar erroneamente mt a sério a economia ... que tal uma bejeca?
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