Era o seu último dia no tear. Destinara o derradeiro padrão já uns anos antes, e fora guardando os fios coloridos dos restos das colecções, alguns já bem esbatidos pela curtição do tempo; mas fizera-o com pouca convicção, mesmo que sem medo das nostalgias a vir, e apenas sabendo que um dia os usaria para tentar enganar o desespero com uma falsa bomba de saudade, e com uma mais falsa ainda bainha de compreensão. Quem depois de mim urdir, bom urdidor de mim fará, consolou-se sem razão de consolo.
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4 comentários:
Solicita-me a Drª Girassol que lhe comunique a nervoseira que lhe causam estas suas metáforas líricas.
(Aqui entre nós, lembram-lhe a juventude, sabe?)
PS. A palavra de verificação é 'conistr', fogo...
mas não deixa de ser estranho que «lembrar a juventude» «comunique nervoseira»...
Não há qualquer mistério insolúvel! É que a juventude dela foi há tanto tempo que ela receia ser um ataque daquele 'alemão' aborrecido.
[A palavra é spros...]
o alemão é um idioma muito rico em vocabulário para os nervos, sim :)
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