hernianópolis


abre a boca,
respira fundo,
engole agora,
isto não é o fim do mundo
com calma,
pense só em respirar,
concentrado,
assim não vai dar,
faço imensas destas,
assim não,
se quiser segure-lhe na mão,
faça-lhe uma festa,
[segure-me antes na testa]
concentre-se na respiração,
assim não,
vá,
pode babar,
agora vou para outra zona,
não há azar
está tudo a correr bem,
não pense em nada,
[ai minha mãe]
é só uma impressãozinha,
nem doi
[rima com mariano rajoy]
não tarda acaba,
vou tirar um bocadinho,
deixe sair a baba,
à vontade,
assim não,
[deus, pátria, família, esófago]
respirar fundo,
vá,             
tão fundo não,
concentrado,
relaxado,
[decide-te cabrão]
é só mais um jeitinho,
só mais uma voltinha
[está ali, está ali]
não engole,
não engole,
agora não engole,
sim,
concentrado a respirar,
[a enfermeira não é assim tão má]
vai acabar,
já está.

4 comentários:

Anónimo disse...

com sedação, meu caro amigo, com a pertinente e imperativa sedação, e aí sim, podem coscuvilhar tudo à vontade

aj disse...

é que com a pertinente sedação depois não tinha nada de impertinente para contar

Anónimo disse...

Pior mesmo do que nada ter para contar é ter a história de quando a sedação é supostamente feita mas, de facto, só existe num músculo lacerado (ah sim, porque é suposto ser intravenosa), num hematoma gigante e na factura final. Pergunte-me como, onde e quem faz isto... e descubra o maravilhoso mundo da 'impertinente' e 'evitável' falta de deontologia médica.

C. (moi même)

aj disse...

E depois os homens é q sao mariquinhas...