Vive la Tranche

Aparentemente Portugal, superiormente representado pelo descoberto bancário do ministério das finanças, terá recebido anteontem a 1ª tranche da famosa ajuda externa. De forma substantiva eu venho aqui porque não podia deixar de dizer ao amável, e inclusivamente estimável (amar e estimar são conceitos afins mas diferentes) público que aprecio imenso a palavra tranche. Desde logo porque é uma palavra plena (repleta também se aplicaria) de carnalidade, e qualquer homem que se preze tem de se assumir sem rodeios como um tal carnal. Por outro lado, uma bela tranche de mulher poderá ser inclusive a base da defesa de um tal Domenico Avestruz que se viu algemado há dias - confesso envergonhadamente que me comoveria tal argumento - e , convenhamos, é uma fórmula bastante mais decente que naco, seja ele de mulher, de alcatra, ou seja ele de swift bancário. Já antevejo a mobilização vascular que sentiremos ao saber que estarão à nossa disposição mais umas quantas tranchadas nos próximos anos, sem uma admoestação, sem uma recriminação, nem sequer uma palavra amarga, e muito menos uma devolução. Acho que recebendo o dinheiro em tranches nos devolve também bastante dignidade, muito mais que em parcelas, ou gominhos, e de estilo infinitamente mais sofisticado que fracções (seria degradante), para já não falar em prestações o que nos colocaria ao nível duma menstruação atrasada. Obrigado por nos tratarem assim, e quando for da próxima tranche-ferência, não se esqueçam da aguinha-benta pela vossa rica saúde, senão ainda nos entusiasmamos e o gastamos todo nalgum tranche-siberiano.

1 comentário:

zazie disse...

ahahahaha

Eu também muito de tranches. Inclusive tranches às tranchinhas.

Beijocas