verso à terça

Rasga, pois,
a penumbra dos teus olhos cansados,
pousa,
no abismo das pálpebras,
o malmequer e o sono,
inclina-te nos alpendres e diz,
diz muito alto,
diz ao mundo tudo o que viste nas enseadas dos
portos sem abrigo,
diz que entregaste o teu regaço e o teu amor
ao mais belo príncipe das cidades do mar.

José Agostinho Baptista, in 'Esta Voz é quase o Vento'

2 comentários:

maria disse...

sempre que vejo poesia neste blogue, lembro-me do Reinaldo Ferreira e de uma certa pessoa (moi meme)pensar que era algum jogador de futebol. ;)

Mas aqui fica a prova:

"Mínimo sou,
Mas quando ao Nada empresto
A minha elementar realidade,
O Nada é só o resto."

bjs

aj disse...

Ora viva, MC! Mto obrigado :)

e ainda relembro este:

Feliz quem pode parar
Onde a certeza é certeza
E pensar é só pensar

beijo