O epigrafómano

«Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» S. João, XII, 24. In ‘Os Irmãos Karamazov’, F.M. Dostoievski

Perto do ano 22 a.b. (ou seja, 22 anos antes da bloga), quando se juntava uma adolescência arrastada a uma maturidade enfiada a ferros, tive o entretenimento de ir ‘coleccionando’ as epígrafes dos livros que lia. Escrevia-as num livro de quadriculado comprado numa papelaria ali na Rua Poiais de S.Bento, antes de se entrar na Calçada do Combro, e depositava nelas imensa esperança, pois considerava que condensariam toda a mensagem da obra, eram, por assim dizer, um núcleo de sabedoria, uma fusão de estudo e inspiração. Nas voltas da vida o caderninho perdeu-se. Noutro dia, ao trazer uma epígrafe (dum livro de P. Roth) aqui para um post lembrei-me do caderninho e desse costume. Recuperar essa memorabilice é o renascimento possivel que vou arriscar. Oscilarei entre livros antigos e novos. Com ou sem comentários. Aqui.

A série começa com um clássico. Dos primeiros do caderninho. Para os tempos que correm parece uma frase de manicómio.

2 comentários:

Anónimo disse...

Que o passado se recupere tenho sérias dúvidas. Mas gosto de acreditar que se renova.

C.

aj disse...

mau feitio...