T.P.C.

O mainstream de turno tem sido bastante injusto com a epopeia neomagalhânica do nosso Sócrates. Não só penso que ele esteve bastante bem na divulgação do seu produto, - certo no timing, no tom, e na metonímia - como colocou o mito no ponto de rebuçado, ou seja, com a pitada de ridículo e a pitada de no sense no registo certo, tal como deixou em aberto uma nova revolução lexical que eu hoje pretenderia destacar. Se atentarmos bem em todo o potencial ero-gramatical que o presente do indicativo do verbo 'magalhar' já revela (eu magalho, tu magalhas, ele magalha, nós magalhamos, vós Magalhães, eles magalham) não será de estranhar que o Dicionário não ilustrado – ‘pensando no produto com maior extensão’, nas entradas 1261 a 1271 - agora se debruce sobre a nova terminologia do Portugal pós revolução magalhânica, o verdadeiro copérnico da nossa modernidade léxica.

‘já te magalhava toda’ – expressão de natureza viril que expõe toda a propensão masculina para fazer realçar na mulher as suas propriedades terapêuticas, e inclusive de sensibilidade criativa, metade virginias e metade wolfes, já se sabe.

‘ está aí uma bela magalhandrice’ – frase de alcance variado, mas que pode ser utilizada tanto na introdução de legislação pirata sob a capa do Orçamento de Estado, como em campanhas publicitárias onde, por exemplo, a Soraia Chaves segure um portátil entre as pernas enquanto com uma mão ajeita o fecho eclair ao Ivo Canelas e com a outra o laço ao Nicolau Breyner

‘vou bater um magalho’ – Prática com leves insinuações de índole onanica, mas que pretende referir-se ao registo introspectivo de alguém que julga deter a verdade e o destino, e sobre os quais depois fará fluir a sua verve esponjosa e ejaculativamente.

‘o magalhadinhas’ – Expressão devedora da obra de Aquilino Ribeiro e que pretende definir uma espécie de gadjet que transforma qualquer produto das novas oportunidades num assessor do governo.

‘magalhas-me o juizo’ – Expressão proposta pela ERC para rodapé a introduzir nas peças tele-jornalísticas que tenham mais de 15 segundos a falar dos contentores, do Sousa Tavares e dos estivadores.

‘ide para o magalho’- Opção a introduzir doravante em todos os boletins de voto, quaisquer que sejam as eleições, e que tenha igualmente direito a ser contemplada nas sondagens comentadas por aquele senhor que já foi da UGT e que agora também comenta as fífias do Paulo Bento.

‘passas o tempo na magalhofa’ – Frase a ser utilizada pelos encarregados de educação sempre que os filhos passem horas agarrados ao computador, levando o plano tecnológico a substituir o que outrora, com elevado sucesso, alcançavam as revistas pornográficas escondidas por entre os livros do Júlio Dinis.

‘coçar os magalhos’ – Momento de sublimação da masculinidade como estado contemplativo da natureza, e que já mereceria uma nova nomenclatura, devidamente baseada em processadores de 32 bits e que não coloque as virilhas em carne viva.

‘cada macaco no seu magalho’ – Refere-se esta expressão à moderna técnica da governação política, em que o líder iluminado faz chegar por uaireleçe a todos os seus assessores as linhas gerais, que imediata e sofetuericamente se desdobram em pequenas e bem definidas instruções, que todos devem respeitar meticulosamente para que nada se perca nas suas pobres e limitadas cabecinhas.

‘Estamos metidos numa bela magalhada’ – Com o desgaste semântico que levaram as palavras ‘crise’ e ‘crash’, era necessário reinventar o momentum sem perder o toque trágico-cómico que têm aquelas situações da História onde franceses minorcas casados com modelos sonham ser novos napoleões, ou chernes euro-encartados sonham dominar os tubarões.

O ‘magalho’(como unidade monetária) – Em fase de novas incertezas sobre o valor da moeda poderemos perfeitamente fixar um novo padrão como: o ‘Magalho’. Serviria, por exemplo, de novo indexante para salários mínimos, ( ex: 100 magalhos, e daí um bitoque com ovo nunca poderia exceder 1 magalho, para todos poderem comer diariamente um bitoque e ainda sobejar para um LCD resistente a mijadelas do Chavez) e serviria também de indexante para o serviço de transporte ( e aproveitávamos para achincalhar a espanholada, por exemplo um bilhete de TGV para Madrid só poderia custar 2 magalhos e 50 colombinas, ficando-se igualmente logo a perceber que um Colombo é um cêntimo do Magalho); e etecéteras e tal.

[sem borrões nem rasuras]
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6 comentários:

Anónimo disse...

Nota de avaliação

(escrita, em eduquês de acordo com a Lei de Bases do Sistema DesEducativo português e o documento InCompetências Essenciais para o Ensino Básico:

Níveis de desempenho atingidos nas competências (de):

- conhecimento
1) substantivo - elevado (conhece bem a terminologia relativa a termos, factos e conceitos);
2) processual - elevado (aplica e relaciona termos, factos e conceitos);
3) epistemológico - médio (revela domínio restrito da história e
filosofia da área científica a que se refere o estudo)

- raciocínio - elevado mais (sintetiza e avalia situações e relações;
cria novas relações conceptuais)

- comunicação - elevado menos (discorre com fluência e utiliza a
língua portuguesa de forma ajustada; utiliza estrangeirismos a
despropósito e sem a devida notação - aspas, itálico, etc.)

- atitudes - médio (embora tenha revelado disponibilidade para a consecução da tarefa proposta não o fez imediatamente e ameaçou de estragulamento o professor no caso de a avaliação não ser do seu inteiro agrado)

Avalição final global: elevado.

Anónimo disse...

glups... não percebo como é que ainda saquei dois 'médios' se para ter um 'elevado' acho que basta mexer os olhinhos e assoar com lenço!

Anónimo disse...

???????????????????????

Anónimo disse...

Por especial deferência pelas conclusões / sugestões do Conselho Nacional de Educação será avaliado com louvor e distinção!

Anónimo disse...

eina tantos!?!?!?!

Anónimo disse...

isto de reclamar é q resulta sempre em qq coisa...