Sol na moleirinha em Novembro, Natal em Dezembro

No que concerne a balanceamentos de ano vou já despachar o musical; do que ouvi, designadamente, e do que não ouvi, mais consignadamente – pois quando não se está muito confiante deve-se trabalhar à consignação. Ora, e já para arrumar um dos departamentos técnicos mais controversos, o do melhor disco que não ouvi do ano, será o dos ‘Mercury Rev’, o corrector automático está sempre a corrigir para ‘ver’ em vez de ‘rev’ - tudo o que é automático é estúpido, já se sabe; os rapazes vêm cá este mês mas não os vou ver, perfiro, adoro e prefiro escrever perfiro, preservar (abençoado corrector automático que me está também sempre a salvar esta palavra) aquelas merdas a que chamam de a memória & imaginário, e o disco até tem pinta de ser bom no género fode-imaginários. O primeiro primeiro (o corrector aqui estrebuchou um pouco com a repetição) melhor disco que acompanhei do ano foi o dos ‘American Music Club’; inclusivamente gostei! Ser bom não implica que se goste, reparem na subtil subtileza - vão mesmo reparar, vão; (adianto já que o melhor disco de fado do ano foi o dos discursos da Ferreira Leite); foi um parênteses, estou-me a desviar, os parênteses desviam-me muito, são piores que os travessões; vou então para o segundo primeiro melhor disco marcante do ano, following a ordem cronológica da minha esclarecida audição (agora por acaso pus a tocar o dos Calexico, é previsivelmente mariachi-pirrónico, e ouve-se nessa base, que é sempre uma boa base, saliente-se, mas não conta para o ranking, por mero capricho pessoal pois nunca gostei do nome Calexico, soa-me a protuberâncias nas zonas nodosas dos pés) temos o dos ‘Last Shadow Puppets’- para perceberem a sequência da frase têm de recuar ao antes do parênteses; queria referir desde já que este blog-foi-o-primeiro-blog a colocar aqui uma entubada destes gajos ao alcance do visionamento of all-over-of the portuguese blogosphere; com pêagá, pay atention. No entanto se vos perguntarem qual é o disco que levariam para uma ilha deserta não escolham este, optem, com ganho, antes pelo dos ‘Get Well Soon’, o disco que mais ouvi durante o ano, principalmente ali pela altura do período das idas à praia, também chamado de verão, e se este ano não tivesse sido bissexto diria que este tinha sido o meu disco do ano, mas a bissextualidade do ano impede-me tal arrojo, e há que respeitar as opções de sextualidade de cada ano, acrescento inclusive que este método da escrita espontânea dá imensa canseira, não aconselho, principalmente a quem tem putos a pedir assistência nos trabalhos de casa; procriem, advirto-vos e estimulo-vos, mas procriem com critério, acautelem-se de que os putos já desabrocham com os trabalhos feitos e, se puderem, também já com o rabo limpo; dito isto vem mesmo a propósito falar-vos daquele que pode passar por ser o tal quarto primeiro melhor disco relevante do ano que é precisamente o tal disco dos tal ‘Fleet Foxes’, que, como dizem os estivadores da critica musical: merecem uma audição cuidada; são uma espécie de ‘Segreis de Lisboa’ mas a cantar na língua da britney spears e da mónica lewinsky; de caminho o itunes informa-me timidamente que a música mais ouvida por mim neste ano e sob a alçada do referenciado programa terá sido o ‘finding you’ dos Go-Betweens, - confesso que não me dei conta - e o ‘arabesque 2’ do Harold Budd vem num honroso 2º lugar; quando acabar este post alzheimerdoso vou certamente ouvi-las outra vez; e acreditam que a 3ª musica é da Cat Power? Pois não acreditem porque não foi; assim posso justificadamente passar para o quinto primeiro melhor disco que me acompanhou do ano e que é priçaiceli o ‘September Of My Years’, composto praticamente este ano pelo Frank Sinatra depois dum lanche crepuscular com a Hilary Clinton e depois de lhe ter dito que não há ‘reazon to cry’ (essa sim a terceira música mais ouvida do ano, fodasse, que neura de ano); não podia no entanto passar já à sétima melhor primeira música do ano sem vos ter dito qual era a sexta melhor primeira música do ano, e que está em regime de aexequo ( bem, o corrector automático agora aqui até tremia que nem um software de downloads ilegais) com a anteriormente referida e que agora acabei por me esquecer de ambas com este paleio, pelo que tenho de avançar já para o oitavo primeiro melhor: o disco dos ‘Silver Jews’, um belo cabrão dum disco, tecnicamente uma pérola na linha dos seus anteriores, - fodasse, nem acredito que escrevi isto - capaz de fazer qualquer um esquecer que isto realmente não é um mundo apresentável a qualquer visita. Por praticamente último, ou pour pratiquement dernière se preferirem, e nono primeiro melhor, neste balanço do ano em Novembro, e que até já vem atrasado pois qualquer balanço decente e que se preze não deve ultrapassar o dia de Todos os Santos, vou colocar um disco que vocelências infelizmente só agora começastes a ouvir porque estais ocupados com as conferências de imprensa do Paulo Rangel, e que é, nem mais nem menos, que o disco dos ‘Beach House’, um disco paneleirosamente ambientófilo, género Wilco, mas sem nada rigorosamente que ver e sem verbas para dablius. Com tanta atenção que me estão a dar vocês cansam-me. Se quiserem agora, e querem, vou referir-me ao décimo melhor primeiro escort-cd of the year, apesar de ter sido altamente tramposo como disco, mas seria de contornos imorais não colocar um disco dos ‘Magnetic Fields’(vénia) no personal top dum ano em que saiu um disco dos ‘Magnetic Fields’ (vénia), fica assim combinado que coloco um disco dos ‘Magnetic Fields’ (vénia) nesta posição de destaque, apenas a duas não kamasutricas posições de distância da dúzia, o ainda não referido disco ‘distortion’, dos ‘Magnetic Fields’ (fodasse, já não posso das costas), não me lembro se já vos tinha falado aqui deles, que inclusive tive ocasião de ouvir este ano no concerto da Aula Magna, ao qual arrastei a minha filhinha mais velha; tendo ficado num lugar mesmo atrás dum couple de paneleiros; que inclusive. Mas como havia pazadas de lugares livres só lá fiquei afinal porque certamente quis; chama-se a isto frontalidade inclusiva; ou pudor de me levantar e sentar ao lado de duas fufas de preto que eram a alternativa mais viável sem me espalhar pelas escadas, mas eram as duas escanzeladas, e eu acho que em casais de fufas pelo menos uma devia ser um bocadinho mais cheiinha. Esta escrita automática é uma trabalheira e dá-me cabo dos nervos, mas se ainda tivesse de escolher um décimo primeiro melhor primeiro disco do ano, que se pensa, e tudo aponta, vá terminar no próximo dia 31 de Dezembro mesmo com a crise, escolheria o disco dos ‘Elbow’ que foi afinal o disco que me acompanhou no dia em que fui a Fátima. O disco do dia em que vou a Fátima é sempre um dos discos do ano, isso já é uma regra oficial, inclusivamente benta. Não era no entanto de bom tom que me dispensasse de vos confidenciar que o twelve-better-first-best se assumiu sem quaisquer rebuços, não sei mesmo se já tinha apresentado algum rebuço até agora, como sendo o disco recente da ‘Charlie Haden Family’, tipo miminho, uma coisa que tem mesmo de ser ouvida pois contada nem tem graça, e livrem-se de sequer pensarem que não presta senão «em seis meses meto tudo na ordem e depois que venha a democracia». Como se constata foi um ano praticamente embeded of mainstream, li inclusive vários livros da editora Sextante e ouvi uma ou outra música do Serge Gainsbourg, até porque, já se sabe, foi grainsbourg a grainsbourg que encheu a brigitte o papo.

Os bolds em destaque são da minha inteira responsabilidade.
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3 comentários:

Anónimo disse...

Este post é tão, mas tão!, explícito que mais parece a declaração de compromisso de adesão a uma sociedade secreta. Portuguesa...

C.

Anónimo disse...

é o chamado tão-d'adesão.

Anónimo disse...

Com efeito, quase uma aderência.

C.