As anotações de um picheleiro dos afectos
Caderno 2 – Compêndio de teoria política para mulheres curiosas
Caderno 2 – Compêndio de teoria política para mulheres curiosas
5º capitulo - A almotolia de bomba
Poderia o leitor apressado e displicente, no seu legítimo direito embora, pensar que este pequeno estudo se limitaria a ser um exercício ligeiro de misoginia recreativa, mas efectivamente aqui pretende-se apenas desenhar um contributo, humilde que seja, de natureza técnica sobre a forma de melhor incluir a mulher numa actividade que lhe é agreste e para a qual se deve preparar não apenas perseguindo os clichés típicos de ser ‘uma gaja tesa’.
A mulher que sinta o apelo da coisa pública, não se contentando assim com o poder que lhe é conferido pela natureza e que possui – irresistivelmente - na coisa privada, tem que saber de antemão que o mundo, por estar consciente disso, parte desconfiado com ela: «ela vem para aqui fazer o que não consegue em casa»
Já aflorámos aqui o papel que as assessorias desempenham no refrescamento e fortalecimento do corpo (jurídico) da liderança, mas importa agora abordar de que forma a mulher-política deve encarar a questão ideológica, ainda para mais sabendo-se que o cliché paradigmático aponta para : «as mulheres são mais práticas», ou seja, antes uma moulinex que uma beauvoir.
Ora, à semelhança do penteado, a mulher deve optar por correntes ideológicas de mainstream, ou seja, não pode arriscar, por exemplo, nem em liberalismos exacerbados, nem em planificações opressivas, a ideologia deve ser o baton da mulher-política: deve assediar convenientemente o beijador mas não lhe deve deixar marca excessiva.
Esta noção de instrumentalidade ideológica é algo com que o feminino lida na perfeição. No fundo, deixar uma plateia em suspenso com um enigma de natureza programática, pode representar para a mulher-política o mesmo que no ‘jogo-amoroso’ pode representar o «depois vemos isso». A mulher está treinada para sacar dum princípio ideológico quando apenas dizer que lhe doem as costas se poderia revelar pouco convincente.
E, definitivamente, a ambiguidade que a mulher tem incrustada no ser que nem uma glândula em festa assume aqui um papel crucial. O pão-pão-queijo-queijo da mulher tesa e conservadora, rapidamente passa a manteiguinha de Azeitão se for necessário mostrar uma líder progressista que se adapta a tudo. Mas, na mulher, isto não é vira-casaquismo: é apenas mudança de colecção.
A mulher que sinta o apelo da coisa pública, não se contentando assim com o poder que lhe é conferido pela natureza e que possui – irresistivelmente - na coisa privada, tem que saber de antemão que o mundo, por estar consciente disso, parte desconfiado com ela: «ela vem para aqui fazer o que não consegue em casa»
Já aflorámos aqui o papel que as assessorias desempenham no refrescamento e fortalecimento do corpo (jurídico) da liderança, mas importa agora abordar de que forma a mulher-política deve encarar a questão ideológica, ainda para mais sabendo-se que o cliché paradigmático aponta para : «as mulheres são mais práticas», ou seja, antes uma moulinex que uma beauvoir.
Ora, à semelhança do penteado, a mulher deve optar por correntes ideológicas de mainstream, ou seja, não pode arriscar, por exemplo, nem em liberalismos exacerbados, nem em planificações opressivas, a ideologia deve ser o baton da mulher-política: deve assediar convenientemente o beijador mas não lhe deve deixar marca excessiva.
Esta noção de instrumentalidade ideológica é algo com que o feminino lida na perfeição. No fundo, deixar uma plateia em suspenso com um enigma de natureza programática, pode representar para a mulher-política o mesmo que no ‘jogo-amoroso’ pode representar o «depois vemos isso». A mulher está treinada para sacar dum princípio ideológico quando apenas dizer que lhe doem as costas se poderia revelar pouco convincente.
E, definitivamente, a ambiguidade que a mulher tem incrustada no ser que nem uma glândula em festa assume aqui um papel crucial. O pão-pão-queijo-queijo da mulher tesa e conservadora, rapidamente passa a manteiguinha de Azeitão se for necessário mostrar uma líder progressista que se adapta a tudo. Mas, na mulher, isto não é vira-casaquismo: é apenas mudança de colecção.
Sem comentários:
Enviar um comentário