Com Gresso ou com Mimosa


A minha santa mãe, como de costume, fez-me o resumo do congresso do psd com a sua previsível e treinada lapidaridade: um «meteu-me dó» aplicado a Santana Lopes, um «tenho pena de não o ter ouvido porque ele agora está parvo» aplicado a Pacheco Pereira, e um «disse que não tinha ido por causa dos problemas de circulação nas pernas e eu bem sei o que isso é» aplicado a Alberto João Jardim, fizeram as honras da síntese. A comiseração e a vertigem por parvos foram duas características que eu herdei sem quaisquer percas de património genético e, por isso, sou incapaz de não admirar um coitadinho, um pirrónico e um desbocado. Felizmente não serei um eleitor padrão, pois, ao sê-lo, seríamos sempre governados por demagogos repetitivos, o que, sem petróleo no Beato, poderia ser aborrecido. Mas em politica, (tal como em assinaturas de ligações adsl e em queijos camembert) eu retiro algum prazer em ser enganado e acho mesmo que a eficiência de governo é um subproduto das circunstâncias. Ultimamente penso o mesmo em relação aos pastéis de bacalhau da minha mãe, mas, aqui, algo de mais profundo me impede de ser sincero com ela. Que o seu bolo de chocolate não sofra com uma repentina paixão por um tal de Rangel é o meu desejo neste momento.

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