La Blogspienza
Hoje, Rui Ramos, um homem no mínimo frenologicamente sensato, guruzável em certos meios, mas com frequência atraiçoado pelo síndrome do excesso de factos ( que resulta, por automedicação, no clássico tritura-compacta-sem-lubrificar) escreve no Público um fluxograma de ideias bonitas que desembocam no, hoje transversal & banal, desde Giscard d’Estand até Odete Santos: «não é preciso fé para perceber que das religiões reveladas depende largamente a infra-estrutura de convicções e sentimentos que sustenta a nossa vida»
Ora desde Humberto Delgado, passando por Pedroto e Orígenes, (aguardo em relação a Paulo Bento) tem razão quem é perseguido, ou, no mínimo, injustiçado, e a Igreja – a crença religiosa em geral - quase sempre se deu bem nesse injustiçamento, e, qualquer esforço teológico por mais abonecado que seja, perde KO com uma simples e diáfana perseguição religiosa.
Por muito que me 'intrigue' dizer – e leio Ratzinguer há muito muito tempo – vários dos escritos do Papa seguem uma lógica provocatória, elegantemente provocatória, e, crendo eu naquele papel semi-subversivo, semi-iluminatório do Espírito Santo, insere-se numa estratégia – não há desígnios mais estratégicos que os de Deus – de elitização da crença, ou seja, uma espécie de teologia da libertação para intelectuais conservadores, que, diga-se, eu acho bastante piada, e, julgo, o Santo Padre também, porque ultimamente aparece sempre a rir-se nas fotografias, tanto mais que faz espumar de irritação uma espécie de ateísmo científico – bem sintetizado por Rui Ramos no referido artigo – ou seja, os beatos-do-big-bang.
Pena é que Rui Ramos não 'consiga' simultaneamente enquadrar todo o fenómeno da fé, da crença, também numa construção interior, que é mais desprogramatizada culturalmente, e que, não tenho dúvidas, é a trave mestra da alma de todos os católicos: o diálogo de cada um com Deus não é Teológico porque ali Deus não exige justificação nem explicação, e é radicalmente anti-clerical.
O que verdadeiramente sustenta a minha vida – leia-se infraestrutura de convicções (não tenho) e sentimentos (cada vez menos) não é a Revelação mas sim a Presença, e esta é, bastante, desculturizada.
Hoje, Rui Ramos, um homem no mínimo frenologicamente sensato, guruzável em certos meios, mas com frequência atraiçoado pelo síndrome do excesso de factos ( que resulta, por automedicação, no clássico tritura-compacta-sem-lubrificar) escreve no Público um fluxograma de ideias bonitas que desembocam no, hoje transversal & banal, desde Giscard d’Estand até Odete Santos: «não é preciso fé para perceber que das religiões reveladas depende largamente a infra-estrutura de convicções e sentimentos que sustenta a nossa vida»
Ora desde Humberto Delgado, passando por Pedroto e Orígenes, (aguardo em relação a Paulo Bento) tem razão quem é perseguido, ou, no mínimo, injustiçado, e a Igreja – a crença religiosa em geral - quase sempre se deu bem nesse injustiçamento, e, qualquer esforço teológico por mais abonecado que seja, perde KO com uma simples e diáfana perseguição religiosa.
Por muito que me 'intrigue' dizer – e leio Ratzinguer há muito muito tempo – vários dos escritos do Papa seguem uma lógica provocatória, elegantemente provocatória, e, crendo eu naquele papel semi-subversivo, semi-iluminatório do Espírito Santo, insere-se numa estratégia – não há desígnios mais estratégicos que os de Deus – de elitização da crença, ou seja, uma espécie de teologia da libertação para intelectuais conservadores, que, diga-se, eu acho bastante piada, e, julgo, o Santo Padre também, porque ultimamente aparece sempre a rir-se nas fotografias, tanto mais que faz espumar de irritação uma espécie de ateísmo científico – bem sintetizado por Rui Ramos no referido artigo – ou seja, os beatos-do-big-bang.
Pena é que Rui Ramos não 'consiga' simultaneamente enquadrar todo o fenómeno da fé, da crença, também numa construção interior, que é mais desprogramatizada culturalmente, e que, não tenho dúvidas, é a trave mestra da alma de todos os católicos: o diálogo de cada um com Deus não é Teológico porque ali Deus não exige justificação nem explicação, e é radicalmente anti-clerical.
O que verdadeiramente sustenta a minha vida – leia-se infraestrutura de convicções (não tenho) e sentimentos (cada vez menos) não é a Revelação mas sim a Presença, e esta é, bastante, desculturizada.
Quanto ao intelectual conservador, nos dias que correm, ou se alberga no Iluminismo liberal ou petisca no Ratzinguerismo, devidamente acompanhado por alguns bêbedos anglosaxonados. Quanto ao tal de Feyrabend acho que pode ser apenas considerado um reforço de Inverno.
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