Folclore, ganzas & pão de mistura
É bom que se arranquem uns cabelos por causa desta cegada da festa da música, sim. Todos sabemos que, não havendo dinheiro, a possibilidade de haver palhaços vai diminuindo e só por essa razão a discussão em causa quase poderia ficar arrumada. Mas falta o quase.
Temos de considerar que o espírito do ocidental médio – directa e indirectamente, advertida ou inadvertidamente – foi-se construindo muito à conta de megalomanias absurdas, de excentricidades criativas, a par de best sellers, blockbusters e outras la-feriadas afins; vaidades a par de contabilidades; rinocerontes bebés alimentados a biberon, lado a lado com fiscais de finanças a somar facturas de restaurantes. Encenações de Wagner e roupa cagada com algodão doce.
Não há uma fórmula para ‘enriquecer o espírito’, como não há uma fórmula para nos tornarmos ‘melhores pessoas’, ou para aguentar um governo socialista sem ficarmos todos com cara de parvo ao fim de poucos meses, mas não é a ver os telejornais com toda a certeza. Quer se pretenda privilegiar mais o património , ou mais a bruta criatividade à solta, é claro para todos que o retorno de muitas actividades ditas ‘culturais’ não se pode medir com os mesmos critérios duma ida às urgências, ou dum picnic em segurança no bairro da cova da moura; como um troço de uma scut em miranda do douro não joga na mesma equação duma circular a odivelas. Agora uma coisa é certa: já não há continentes para descobrir se nos deixarmos ir na corrente ou ao sabor dos ventos. Ora o paradigmático exemplo da ministra da cultura faz uma barata tonta parecer-se a um elefante. Podemos trocar metade dos ministros por uma folha excel e sempre pode sobrar para meia temporada lírica que ao menos ainda nos fará sonhar durante umas horas que não somos de cá.
O pior estado em que pode viver uma sociedade ‘civilizada’ é quando alimenta serenamente esta imagem sobre o exercício do poder político: ‘eles estão a fazer o que deve ser feito’.
É este o sinal de que o governo está a ser entregue a uma pandilha que combina bananas com lunáticos e os governados estão a tender para uma ‘espasmaceira’ de flatulentes ou obstipados. E hoje cheira-se esta podre sensação a entranhar-se em demasia, mesmo que não se declare, nas mais variadas cabecinhas. Vive-se a lógica do ‘tem de ser’, sem a tanga, mas com a pretensão dum atordoamento geral em torno das ‘’medidas inevitáveis’; danças populares com folhos em papel de fantasia e xanax levemente comparticipado é o melhor que se pode arranjar até ter o país endireitado, é esta a mensagem que estamos a acolher no nosso colinho de meninos mas agora avisados que não há dinheiro para o coro. ‘Dêem-lhes referendos’ coloridos é a mensagem do novos padeiros de são bento.
E agora vou continuar a ler a biografia do Estaline.
É bom que se arranquem uns cabelos por causa desta cegada da festa da música, sim. Todos sabemos que, não havendo dinheiro, a possibilidade de haver palhaços vai diminuindo e só por essa razão a discussão em causa quase poderia ficar arrumada. Mas falta o quase.
Temos de considerar que o espírito do ocidental médio – directa e indirectamente, advertida ou inadvertidamente – foi-se construindo muito à conta de megalomanias absurdas, de excentricidades criativas, a par de best sellers, blockbusters e outras la-feriadas afins; vaidades a par de contabilidades; rinocerontes bebés alimentados a biberon, lado a lado com fiscais de finanças a somar facturas de restaurantes. Encenações de Wagner e roupa cagada com algodão doce.
Não há uma fórmula para ‘enriquecer o espírito’, como não há uma fórmula para nos tornarmos ‘melhores pessoas’, ou para aguentar um governo socialista sem ficarmos todos com cara de parvo ao fim de poucos meses, mas não é a ver os telejornais com toda a certeza. Quer se pretenda privilegiar mais o património , ou mais a bruta criatividade à solta, é claro para todos que o retorno de muitas actividades ditas ‘culturais’ não se pode medir com os mesmos critérios duma ida às urgências, ou dum picnic em segurança no bairro da cova da moura; como um troço de uma scut em miranda do douro não joga na mesma equação duma circular a odivelas. Agora uma coisa é certa: já não há continentes para descobrir se nos deixarmos ir na corrente ou ao sabor dos ventos. Ora o paradigmático exemplo da ministra da cultura faz uma barata tonta parecer-se a um elefante. Podemos trocar metade dos ministros por uma folha excel e sempre pode sobrar para meia temporada lírica que ao menos ainda nos fará sonhar durante umas horas que não somos de cá.
O pior estado em que pode viver uma sociedade ‘civilizada’ é quando alimenta serenamente esta imagem sobre o exercício do poder político: ‘eles estão a fazer o que deve ser feito’.
É este o sinal de que o governo está a ser entregue a uma pandilha que combina bananas com lunáticos e os governados estão a tender para uma ‘espasmaceira’ de flatulentes ou obstipados. E hoje cheira-se esta podre sensação a entranhar-se em demasia, mesmo que não se declare, nas mais variadas cabecinhas. Vive-se a lógica do ‘tem de ser’, sem a tanga, mas com a pretensão dum atordoamento geral em torno das ‘’medidas inevitáveis’; danças populares com folhos em papel de fantasia e xanax levemente comparticipado é o melhor que se pode arranjar até ter o país endireitado, é esta a mensagem que estamos a acolher no nosso colinho de meninos mas agora avisados que não há dinheiro para o coro. ‘Dêem-lhes referendos’ coloridos é a mensagem do novos padeiros de são bento.
E agora vou continuar a ler a biografia do Estaline.
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