Parece-me ser de elementar justiça relembrar que o ‘Feio’ oferece maiores aberturas estéticas que o ‘Belo’. Darwin a olhar 5 minutos para a cabeça duma minhoca alcançaria mais rapidamente o âmago do universo do que Einstein a olhar duas horas para as curvas da Mónica Belluci, já para não falar do mais gratificante uso que a Maria de Lurdes Modesto faria a umas caras de bacalhau demolhadas num alguidar em detrimento dumas sardinhas saltitantes na lota. E então se considerarmos que Freud tricotaria o inconsciente dum psicótico duma forma que deixaria envergonhado qualquer confessionário de maters lacrimosas y sus bambinos, e que esculpir Apolos e pintar tectos de Capelas Sistinas só nos pode fazer apanhar alguma tendinite, eu não hesitaria em concluir que o futuro do mundo só pode estar mesmo nas mãos de conservadores barrigudos, de punhos decorados a borrão de pelikan, semi-ébrios, excêntricos, a cheirar a charuto da republica dominicana, pingando botox neurológico, defensores do amor livre, da luta de classes e da parábola dos talentos. A esquerda liberal nunca se conseguiu afastar muito do abstraccionismo decorativo. E dalguma figuração complexada, claro.
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