Die Bibliothek der Fantasie
(isto em alemão soa com outra pintarola)

1. secção ‘valha-me deus’

«Há muitos anos ( mas é como se fosse ontem) que tenho ao serviço da minha arte uma vivaz donzela, mas nem por isso nova no ofício.
Chama-se Fantasia.
É um pouco depreciativa e burlesca (...) e diverte-se trazendo-me a casa (...) a gente mais insatisfeita do mundo : homens , mulheres, adolescentes, envoltos em estranhas histórias das quais não encontram maneira de sair»

(Tradução livre de excerto do prefácio de ‘Seis personajes en busca de autor’ . edição espanhola da obra do nosso amigo Pirandello , na Cátedra, pg. 83, saidínha da prateleira nº 100, onde estão os livros que se compram para se dizer que se tem.)

2. secção ‘eles & elas’

«A Fantasia também vende mais que a Ficção Científica (...) porque as mulheres, que são quem compra mais livros, lêem mais fantasia e os homens, que preferem a tecnologia à magia, lêem mais ficção científica»

(dum tal de João Barreiros, numa entrevista ao 6ª (suplemento do DN) que estava deitado em cima do sofá praticamente ao deus dará)

3. secção ‘figuras de estilo’

«Comme tous les poètes d’école, les poètes fantaisistes se sont dèfinis contre ceux de l’école précédente, les symbolistes, en l’occurrence. Ils les trouvaient vagues et emphatiques: ils seraient précis et ironiques. Leur point bas sera donc la frivolité, leur point haut la légèreté.»

(do (muito bom) ‘Dicionnaire égoiste de la littérature francaise’ de Charles Dantzing, Grasset, pg 289, retirado da prateleira 90 , onde qualquer livro tão bem assenta)

4. e a inevitável secção de ‘comes & bebes’

« tenta encontrar um lugar nas suas recordações para o cassouret, um denso estufado de carne e feijão (...) , mas sem a memória do paladar nem a memória cultural vêm ao seu auxílio. E no entanto, o nome, a visão, a ideia, atraem-no, redespertam nele uma instantânea fantasia, não tanto na boca quanto no eros: do meio de uma montanha de banha de ganso surge uma figura feminina que unta de branco a pele cor de rosa, e já ele se imagina a si próprio a abrir caminho em direcção a ela»

(de ‘Palomar’ do Italo Cavino, sacado duma prateleira qualquer da estante duma mulher)

Não encontrei nada na secção ‘estender a ropinha’, mas, com mais vagar, procurarei melhor

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