Wishfull drinking

Infelizmente já nem o vinho dá de comer a milhões de Portugueses; perdidos entre clusters, investimentos estruturantes, modelos irlandeses, estados-já-não-há-paciência, reformismos de vão de escada e factores de sucesso, realmente, hoje, não sabemos onde estamos. Não significa isto que saber onde se está seja imprescindível para fazer algo de jeito, que o diga o Pedro Alvares Cabral, o Alexandre magno, o Marco Polo, o Gengis khan, o de Gaulle, o Peter Pan, o Kandinski, ou o Beckett , ou mesmo o Bill Gates, por exemplo, nalgum sítio estaremos, a algum sítio chegaremos, o sonho comanda a vida, três vezes nove vinte sete, pobrete mas alegrete, e existirão sempre os que estão muito acima da média para compensar os que estão muito abaixo dela e então justificar que a média não mede nada e que a estatística é filha da união entre o pretexto e a ocasião. Existirão sempre falácias e quem as detecte, verdades que nos cegam, mentiras que nos entusiasmem, tal como existirão sempre fortes e fracos, abusadores e abusados, bonitos e feios, ricos e pobres, lagartos e lampiões. Ora parece-me que Portugal para sair deste impasse só com um inebriamento colectivo e uma mão cheia de orações, com a libertação do misto de Camões e de Eça de Queirós que todos temos dentro de nós, mais o saber acumulado de todas as nossas santas avós, disto não tenho dúvida, mas como não elegemos o super Mário por isso não sei qual o grau alcoólico necessário. Só teremos de atingir o famoso equilíbrio entre as forças do inconsciente e as forças do fígado. Vivemos um Portugal Amordaçado II, mas agora a mordaça está seca.

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