Todos enfiamos uma burka de vez em quando
“Atentai nos Francos. Vede com que afinco eles se batem pela sua religião, ao passo que nós, os muçulmanos, não demonstramos o mínimo ardor em travar a guerra santa”
É com esta citação de Saladino que Amin Maalouf inicia o primeiro capítulo do seu ‘As cruzadas vistas pelos Árabes’ de 1983 (editado em português pela Difel). E pensava eu quase letargicamente que a história só nos baralha, tanto mais que a nossa condição acaba por estar marcada pelo facto de serem os nossos sentimentos profundos os mais manipuláveis de todos, quando entro pelo badalado programa ‘Prós e Contras’, felizmente já na sua parte final.
Dou de caras com o nosso enciclopédico Ângelo esclarecendo que tudo praticamente se explicaria por um cruzamento mal feito entre fatímidas, seljúcidas, gahznividas e outros mamelucos afins, vai daí o cartoonista António recorda então que uma vez também já tinha usado umas sulfamidas por causa duma ferida e se tinha dado mal, «bem lembrado» diz o Sheik Munir ou Munir Sheik ou Freak Menir agora já me baralho, o profeta sempre disse que se têm de curar as feridas da incompreensão, e uma boa razia tem de ser feita num ambiente de descontracção, vai daí Vasco Rato afirma que ofendermo-nos uns aos outros faz parte das regras do jogo, Ângelo não se fica e chama-o pantomineiro, ao que Rato, Vasco, aproveitando a deixa, riposta dizendo que efectivamente quem apresentasse uma cor de pele entre o Pantone 486C e o 384B deveria ser preso e sujeito aos trabalhos forçados de colorir as pranchas de um tal de Afonso, que, mesmo segurando mal o predicado com o sujeito, lá ia dizendo que se soubesse destas cegadas todas se tinha mas era dedicado a ilustrar livros de dinossauros ou dos descobrimentos, coisa que o bispo D. Clemente (reparem como eu lhe chamei Don, senão as vincentinas ainda me incendiavam o blogue) aproveita para dizer que a nossa civilização, seguindo o seu aperfeiçoamento, se deve construir na base de darmos as mãos na cidade num empenho de corações em dádiva, reconhecimento e tolerância, enquanto isso o cartoonista António ia desenhando preservativos a esferográfica (o nariz era desconhecido, mas já foi desmentido pelo Expresso a hipótese de ser de Júlio Isidro) e agora a minha mulher meteu aqui o bedelho a ler isto e disse-me que não se brinca com estas coisas, eu respondi-lhe que era a liberdade de expressão e então ela respondeu-me que sendo assim a partir de agora os jantares cá em casa às terças e às quintas são por minha conta, ela vai para o cinema com as amigas. Olha, fodi-me.
“Atentai nos Francos. Vede com que afinco eles se batem pela sua religião, ao passo que nós, os muçulmanos, não demonstramos o mínimo ardor em travar a guerra santa”
É com esta citação de Saladino que Amin Maalouf inicia o primeiro capítulo do seu ‘As cruzadas vistas pelos Árabes’ de 1983 (editado em português pela Difel). E pensava eu quase letargicamente que a história só nos baralha, tanto mais que a nossa condição acaba por estar marcada pelo facto de serem os nossos sentimentos profundos os mais manipuláveis de todos, quando entro pelo badalado programa ‘Prós e Contras’, felizmente já na sua parte final.
Dou de caras com o nosso enciclopédico Ângelo esclarecendo que tudo praticamente se explicaria por um cruzamento mal feito entre fatímidas, seljúcidas, gahznividas e outros mamelucos afins, vai daí o cartoonista António recorda então que uma vez também já tinha usado umas sulfamidas por causa duma ferida e se tinha dado mal, «bem lembrado» diz o Sheik Munir ou Munir Sheik ou Freak Menir agora já me baralho, o profeta sempre disse que se têm de curar as feridas da incompreensão, e uma boa razia tem de ser feita num ambiente de descontracção, vai daí Vasco Rato afirma que ofendermo-nos uns aos outros faz parte das regras do jogo, Ângelo não se fica e chama-o pantomineiro, ao que Rato, Vasco, aproveitando a deixa, riposta dizendo que efectivamente quem apresentasse uma cor de pele entre o Pantone 486C e o 384B deveria ser preso e sujeito aos trabalhos forçados de colorir as pranchas de um tal de Afonso, que, mesmo segurando mal o predicado com o sujeito, lá ia dizendo que se soubesse destas cegadas todas se tinha mas era dedicado a ilustrar livros de dinossauros ou dos descobrimentos, coisa que o bispo D. Clemente (reparem como eu lhe chamei Don, senão as vincentinas ainda me incendiavam o blogue) aproveita para dizer que a nossa civilização, seguindo o seu aperfeiçoamento, se deve construir na base de darmos as mãos na cidade num empenho de corações em dádiva, reconhecimento e tolerância, enquanto isso o cartoonista António ia desenhando preservativos a esferográfica (o nariz era desconhecido, mas já foi desmentido pelo Expresso a hipótese de ser de Júlio Isidro) e agora a minha mulher meteu aqui o bedelho a ler isto e disse-me que não se brinca com estas coisas, eu respondi-lhe que era a liberdade de expressão e então ela respondeu-me que sendo assim a partir de agora os jantares cá em casa às terças e às quintas são por minha conta, ela vai para o cinema com as amigas. Olha, fodi-me.
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