The anatomy of human destructiveness (*)

(*) É o titulo do livro do psicanalista americano ( nascido na Alemanha) Eric Fromm, (livro esse que nunca li, aliás coisa normal para um tipo preguiçoso que jamais aguentaria um livro com carradas de páginas a explicar exaustivamente os males do mundo e do homem, nessa sua peculiar combinação freudomarxista - half biological/half cultural)

No entanto, este expressivo titulo coloca-nos praticamente no mesmo estado de espírito que as entranhas sob a presença do clister, e reflecte a nossa tendência, tão humana, que nos leva tanto a fazer concursos de construções na areia como a deixar obras para a posteridade.
Ora o que é que tem de especial essa nossa capacidade de combinar energias de sobrevivência com energias de autodestruição. Não sei, claro. Mas fugindo da versão eros-thanatofilica acolho com especial simpatia uma versão mais tipo homem-animal-batoteiro. Como se sabe o batoteiro é o que encarna melhor a fusão manipulador-manipulado: precisa de regras para as subverter, precisa da confiança para sobreviver mas precisa que desconfiem dele para se motivar, é como o predador que precisa de presa e precisa de caçador.

Deus acaba geralmente por aparecer sempre no espirito de alguém de forma pouco ‘sofisticada’, mas ‘surge’ geralmente a fornecer algum equilíbrio a este arrepiante dualismo. É também por isso que a religiosidade da alma é o principal local de todas as batotas. E assim, acreditar em Deus será sempre mais arriscado para a alma do que não acreditar. Porque lhe exige sempre abertura de espírito mas simultaneamente, dalguma maneira, lhe cria barreiras implícitas. Mas também poucas situações apresentam mais abertura que os labirintos ou os abismos. Nem devo ir mais longe, até porque isto agora era mesmo uma mera nota a explicar um post que queria ser só um título. Mas um título dos nossos tempos.

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