Porque deixou de me fazer sentido escrever sobre politica doméstica
( não, nenhum leitor imaginário me perguntou)
Porque eu julgava sinceramente que com Guterres se tinha chegado ao piorzinho, porque com o episódio (para utilizar uma palavra que venha no dicionário) de Barroso eu fiquei estupefacto mas ainda consegui dizer qualquer coisinha, esboçar um esgar de espírito crítico, porque ainda achei natural a novela de Lopes&Portas e todos até sabíamos mais ou menos que ela se iria desvanecer e ainda registávamos umas piadas e uns gags tentando convencer-nos que era a nossa alma revisteira a aliviar um pouco da pressão, porque já calculava – como qualquer gajo normal com um mínimo de memória e dois dedos de testa o devia fazer - que a vinda do PS para o poder estaria sempre rodeada de anedotas falantes e irrelevantes, job-boyzadas e despesismos, mas, meu Deus, agora vejo Sócrates agarrado a uma cassete que eu já pensava estar rebobinada e calcinada, incapaz de entusiasmar um preso agarrado a uma pin up, vejo Carrilho candidato na Câmara, vejo Soares a fazer de jangada de pedra e a querer voltar, vejo Varas armandados a cada esquina, vejo os inenarráveis cartazes das autárquicas com gente a querer dar a cara por nós quando nós queremos é que dêem o corpinho todo, cu incluído, vejo os estrangeiros que nem acreditam nós sermos possíveis, e inexplicavelmente já começo a conseguir ouvir os Sousa Tavares, os Rogeiros e a ficar com o olhar fixo nas notícias mas no fundo pensando na minha mãezinha, nos seus problemas com joelho esquerdo, e começo a ter saudades do Eládio Climaco, da Teresa Guilherme, do Paço Bandeira, pena dos aleijados, até já me vieram saudades do Portugalzinho parolo e isolado, sonhador, inconsciente, rezador e penitente, e marialva, e não tarda ainda me apanho a ouvir o Perez Metello e a ler a Rosa Lobato Faria ou a Inês Pedrosa e isto não é nada saudável. Bom, bom mesmo, era ser apanhado num daqueles inquéritos de rua, porque graças a Deus nem sequer já sei o nome dos ministros. Esta coisa da política afinal pode mexer connosco.
( não, nenhum leitor imaginário me perguntou)
Porque eu julgava sinceramente que com Guterres se tinha chegado ao piorzinho, porque com o episódio (para utilizar uma palavra que venha no dicionário) de Barroso eu fiquei estupefacto mas ainda consegui dizer qualquer coisinha, esboçar um esgar de espírito crítico, porque ainda achei natural a novela de Lopes&Portas e todos até sabíamos mais ou menos que ela se iria desvanecer e ainda registávamos umas piadas e uns gags tentando convencer-nos que era a nossa alma revisteira a aliviar um pouco da pressão, porque já calculava – como qualquer gajo normal com um mínimo de memória e dois dedos de testa o devia fazer - que a vinda do PS para o poder estaria sempre rodeada de anedotas falantes e irrelevantes, job-boyzadas e despesismos, mas, meu Deus, agora vejo Sócrates agarrado a uma cassete que eu já pensava estar rebobinada e calcinada, incapaz de entusiasmar um preso agarrado a uma pin up, vejo Carrilho candidato na Câmara, vejo Soares a fazer de jangada de pedra e a querer voltar, vejo Varas armandados a cada esquina, vejo os inenarráveis cartazes das autárquicas com gente a querer dar a cara por nós quando nós queremos é que dêem o corpinho todo, cu incluído, vejo os estrangeiros que nem acreditam nós sermos possíveis, e inexplicavelmente já começo a conseguir ouvir os Sousa Tavares, os Rogeiros e a ficar com o olhar fixo nas notícias mas no fundo pensando na minha mãezinha, nos seus problemas com joelho esquerdo, e começo a ter saudades do Eládio Climaco, da Teresa Guilherme, do Paço Bandeira, pena dos aleijados, até já me vieram saudades do Portugalzinho parolo e isolado, sonhador, inconsciente, rezador e penitente, e marialva, e não tarda ainda me apanho a ouvir o Perez Metello e a ler a Rosa Lobato Faria ou a Inês Pedrosa e isto não é nada saudável. Bom, bom mesmo, era ser apanhado num daqueles inquéritos de rua, porque graças a Deus nem sequer já sei o nome dos ministros. Esta coisa da política afinal pode mexer connosco.
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