Lá está.
Eu sofro muito com isto. Tenho medo que não me percebam, que pensem que eu troco o beckett com o beckam – mas daqueles remates em arco faço desde os cinco anos e miúdas posh como a Vitória faço-as arfar desde os quatro – que eu não saiba que o Burke é tão entusiasmante para a filosofia política como as peúgas de lã são para o sexo, e aborreço-me de morte que não entendam que todos os regimes fiscais são regressivos por natureza, e depois se vos digo que o tcheckov era um bocado marreta, mas mesmo assim não tanto como o Turgueniev, vocês podem-me levar a mal e eu sofro muito com isso. É que algum dia ainda me desgraço. E o facto da minha santa irmã me poder ler também se torna aborrecido, constrange-me, porque um ‘foda-se’ nunca vai sair da mesma maneira, é que ela sabe que eu vou à missa e rezo o terço e assim, e lá está pode-se perder a fé com estas coisas, ainda para mais se nos pomos a empreender que falta sempre qualquer coisa às mamas do modigliani um tipo até pode dar em xoné, que ele há casos, mesmo que se oiça o Burchfield Nines do Michael Franks ( encontrei o cabrão do cd ) e depois nos lembremos de finais de tarde ajardinados, um tipo se não tem um final de tarde para se lembrar nem lá vai com a ‘desperate housewifes’ – mas cá em casa quem vê aquilo é a minha filha e já mandei rezar três missas cantadas pelo tipo que a tiver de aturar, só que eu vou ficar cá atrás a rir-me – mas eu desde que acabou o ‘dear john’, prái há uns 15 anos, nunca mais fui o mesmo homem, e acabo a sofrer mesmo muito com isto tudo. Carrego é duras penas que o Oskar Schlemmer não seja devidamente apreciado, se bem que o meu filho me lixou noutro dia três postais do gajo com uma merda dum marcador, e eu acabo por dar muito valor simbólico a essas coisas, se bem que, lá está, se um tipo também leva estas merdas a peito acaba entre a transferência e a representação e nem dá o devido valor nem ao carrilho nem aos croquetes do tico-tico. E eu sofro com isto. Tu queres ver que ainda são inquietações cívicas.
Eu sofro muito com isto. Tenho medo que não me percebam, que pensem que eu troco o beckett com o beckam – mas daqueles remates em arco faço desde os cinco anos e miúdas posh como a Vitória faço-as arfar desde os quatro – que eu não saiba que o Burke é tão entusiasmante para a filosofia política como as peúgas de lã são para o sexo, e aborreço-me de morte que não entendam que todos os regimes fiscais são regressivos por natureza, e depois se vos digo que o tcheckov era um bocado marreta, mas mesmo assim não tanto como o Turgueniev, vocês podem-me levar a mal e eu sofro muito com isso. É que algum dia ainda me desgraço. E o facto da minha santa irmã me poder ler também se torna aborrecido, constrange-me, porque um ‘foda-se’ nunca vai sair da mesma maneira, é que ela sabe que eu vou à missa e rezo o terço e assim, e lá está pode-se perder a fé com estas coisas, ainda para mais se nos pomos a empreender que falta sempre qualquer coisa às mamas do modigliani um tipo até pode dar em xoné, que ele há casos, mesmo que se oiça o Burchfield Nines do Michael Franks ( encontrei o cabrão do cd ) e depois nos lembremos de finais de tarde ajardinados, um tipo se não tem um final de tarde para se lembrar nem lá vai com a ‘desperate housewifes’ – mas cá em casa quem vê aquilo é a minha filha e já mandei rezar três missas cantadas pelo tipo que a tiver de aturar, só que eu vou ficar cá atrás a rir-me – mas eu desde que acabou o ‘dear john’, prái há uns 15 anos, nunca mais fui o mesmo homem, e acabo a sofrer mesmo muito com isto tudo. Carrego é duras penas que o Oskar Schlemmer não seja devidamente apreciado, se bem que o meu filho me lixou noutro dia três postais do gajo com uma merda dum marcador, e eu acabo por dar muito valor simbólico a essas coisas, se bem que, lá está, se um tipo também leva estas merdas a peito acaba entre a transferência e a representação e nem dá o devido valor nem ao carrilho nem aos croquetes do tico-tico. E eu sofro com isto. Tu queres ver que ainda são inquietações cívicas.
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