Reinaldo Ferreira III

"Ninguém a virgindade lhe roubou
Depois de um saque - antes a deu
A quem lha desejou,
Na lama dum reduto,
Sem náusea mas sem cio,
Sob a manta comum,
A pretexto do frio."

In ‘A que morreu às portas de madrid’ de R.F.


O grande sonho de Guterres, sabemos agora, não era ‘ser’ primeiro-ministro mas sim ‘ter sido’, e o sonho de qualquer refugiado neste momento é que estes versos sejam mesmo verdade, porque, pelo andar da carruagem, do frio não vão escapar. E tal como todos os sobreiros agora invejam a fama dos que sucumbiram no cadafalso-lux da Herdade da Vargem Fresca, não haverá indigente que depois deste verso não sonhe com uma virgem fresca e roliça, esteja ela em Benavente, na Chamusca ou na Pocariça, mas aguentem um bocado que eu agora vou à missa.

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