Surrounded souls
No princípio dos anos 80 Christo montou mais uns dos seus ‘lugares imaginários’ nas ilhas que defrontam Miami. A imaginação, a obstinação, a excentricidade deram origem a um mirabolante cenário de ‘pink & green’ quais cuecas mal vestidas na selva de pêlos púbicos de Biscayne Bay. Sempre gostei deste estado da natureza em pose artificial , fazendo pirraça às passerelles, e mostrando que é o homem quem manda, que se reclinem os chilreares, os riachos a pingar, as neves perpétuas e os corais às cores.
Só o verdadeiro ‘poseur’ ( gira esta palavra ) pode saber que nada vale uma aparência, tal como só o batoteiro sabe que uma boa sequência é uma ilusão de mangas. Jesus morre duma forma carregada de estética, filigrana o sofrimento duma forma arrepiante, e deixa ao cristianismo uma ‘pose de alma’ para ir desvendando, tal como o seu pai, o dito Criador, tinha deixado a natureza à mercê de pessoal que a poderia pintar de cor de rosa, qual blogue de gaja.
Sobre as dúvidas e as inquietações dum crente ( isto até dava um bom nome para um chá purgante) já tanta gente mandou palpites que estas quase se tornaram tão importantes e exegéticas como a própria fé; numa lógica de belo efeito se Christo nos envolvesse a carola com uns paninhos de renda, para metade do mundo seríamos um enorme vibrador e para outra metade seríamos uma mesa de cabeceira. Mas a verdade é que não passávamos duns parvos com cara de cu e a fazer figura de ursos. Somos obviamente almas sitiadas e rodeadas por caprichosos jogos de verdade e consequência, para os quais a fé é a única saída. Colorida.
Neste sábado de Cristo morto-não-morto o mundo bem podia ser uma ‘surrounded island’ por onde Ele se passeasse baralhando-nos as cores, tricotando-nos as formas. Vá, fazias isto de novo, e eu deixava de ter esta mente conspurcada e já não via florestas pélvicas onde apenas estão panos de polipropileno rosa a envolver pequenos bosques triangulares no meio das coxas do mar. Punhas-me com um sexto sentido, sim até pode ser como o tal das mulheres, deixava de ser como aqueles marmanjos e só jogava ao sete e meio com os anjos, vê lá, ainda vais a tempo, esquece esse capricho de nós termos de ser livres, faz a malta perceber logo esta coisa toda, depois haveremos de arranjar qualquer esquema para safar a festa do juízo final, ainda sobejaram aqueles foguetes do S. João que não rebentaram no ar, vê bem, tens até domingo para pensar.
No princípio dos anos 80 Christo montou mais uns dos seus ‘lugares imaginários’ nas ilhas que defrontam Miami. A imaginação, a obstinação, a excentricidade deram origem a um mirabolante cenário de ‘pink & green’ quais cuecas mal vestidas na selva de pêlos púbicos de Biscayne Bay. Sempre gostei deste estado da natureza em pose artificial , fazendo pirraça às passerelles, e mostrando que é o homem quem manda, que se reclinem os chilreares, os riachos a pingar, as neves perpétuas e os corais às cores.
Só o verdadeiro ‘poseur’ ( gira esta palavra ) pode saber que nada vale uma aparência, tal como só o batoteiro sabe que uma boa sequência é uma ilusão de mangas. Jesus morre duma forma carregada de estética, filigrana o sofrimento duma forma arrepiante, e deixa ao cristianismo uma ‘pose de alma’ para ir desvendando, tal como o seu pai, o dito Criador, tinha deixado a natureza à mercê de pessoal que a poderia pintar de cor de rosa, qual blogue de gaja.
Sobre as dúvidas e as inquietações dum crente ( isto até dava um bom nome para um chá purgante) já tanta gente mandou palpites que estas quase se tornaram tão importantes e exegéticas como a própria fé; numa lógica de belo efeito se Christo nos envolvesse a carola com uns paninhos de renda, para metade do mundo seríamos um enorme vibrador e para outra metade seríamos uma mesa de cabeceira. Mas a verdade é que não passávamos duns parvos com cara de cu e a fazer figura de ursos. Somos obviamente almas sitiadas e rodeadas por caprichosos jogos de verdade e consequência, para os quais a fé é a única saída. Colorida.
Neste sábado de Cristo morto-não-morto o mundo bem podia ser uma ‘surrounded island’ por onde Ele se passeasse baralhando-nos as cores, tricotando-nos as formas. Vá, fazias isto de novo, e eu deixava de ter esta mente conspurcada e já não via florestas pélvicas onde apenas estão panos de polipropileno rosa a envolver pequenos bosques triangulares no meio das coxas do mar. Punhas-me com um sexto sentido, sim até pode ser como o tal das mulheres, deixava de ser como aqueles marmanjos e só jogava ao sete e meio com os anjos, vê lá, ainda vais a tempo, esquece esse capricho de nós termos de ser livres, faz a malta perceber logo esta coisa toda, depois haveremos de arranjar qualquer esquema para safar a festa do juízo final, ainda sobejaram aqueles foguetes do S. João que não rebentaram no ar, vê bem, tens até domingo para pensar.
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