Culpa. A quinta-essência dos traumas de estimação. Sem açaime.

E eu que me tinha prometido não ler mais merdas de entrevistas



“O sentimento de culpa é uma das minhas especialidades (...) É um dos poucos traços do catolicismo que me ficaram” MFilomena Mónica ao DNA



Kumkaraças. Se há ideia feita, preconcebida, estereotipada, enjoativa, flácida e até levemente sacaneante que me complica com os nervos, é esta de que o património da culpa é visita obrigatória nas excursões turísticas às maravilhas monumentais do catolicismo.

Pensemos, vá pensemos: a culpa mal regulamentada encontra-se mas é nas almas peçonhentadas de escrúpulos, e que dão mais valor aos princípios que às finalidades (o dicionário não ilustrado explica).



Até a culpa original vem bucolizada num pomar ajardinado, porra! E associada ao “querermos ser como deuses”, tentação tão batida nos dias de hoje, mesmo que muitas vezes apareça disfarçada de curiosidade intelectualofilizada. Esse “pecado” de queremos servir fantasmas ideológico-morais é que se continua a serpentear pelas nossas almas, só que infelizmente não nos deixa envergonhados a contemplar a nossa nudez; como aconteceu ao outro casalinho.

Tal como Eva se explica nos Génesis, culpa é engano. Não é nenhum monstro amamentado nas catacumbas de Roma, nem nenhum adorno da ascética cristã.



Cada um escolhe os seus cintos de castidade, mas depois também tem de ser o próprio a segurar neles, não pode andar a pedir sempre aos recalcadores de serviço para ficarem a segurar nas presilhas.



Quem vive atormentado pela fruta amaldiçoada, o melhor que tem a fazer é comer pudim flan

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