Pronto, só para falar de qualquer coisa, assim....pronto...concreta



No chamado “mundo das empresas” é muito frequente, face a uma “indefinição estratégica” – expressão sofisticada também utilizada para substituir o clássico “tudo à nora” - recorrer à figura mítica do consultor estratégico. Todos estão conscientes que a presidir a esta elaboradíssima e ponderadíssima decisão se encontram menos os critérios de eficácia, e bem mais os critérios de relaxe de consciência e de estética de estatuto & decisão. Mas avança-se sempre – haja dinheiro – numa senda de belos almoços e deliciosas reuniões cujo grau de salamaleques depende do montante da factura a pagar. Este é um circuito de manutenção que se repete várias vezes, como convém para estar sempre em forma, e não sermos sobressaltados com obstáculos inoportunos que resultam nas roturas ou tendinites de percurso.



O Estado, claro está, já descobriu este formato de alívio de consciências há muito tempo, e neste momento será mesmo o grande especialista nesta modalidade de aquecimento e distensão do body building.



Só que agora também foi descoberta uma nova pólvora que artilha em grande estilo: A chamada “reformulação dos modelos de financiamento”. Sempre que há um problema qualquer para o qual não se tem a mínima ideia de como resolver, reduz-se a solução a uma questão de “correcta afectação de recursos ” e de “arquitectura financeira de suporte”.

Confirma-se então: a economia – aquela ciência da metonímia dos recursos - será sempre a calha onde rolarão as carruagens quando o maquinista é preguiçoso, ou estúpido, ou sem imaginação, ou apenas gosta de ir lendo revistas de gajas nuas, nem sequer desfrutando da paisagem. E ainda têm de ser os outros a mudar o óleo.

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