A Obsessão Santana
No seu excesso de zelo a defender o PSD das tropelias de Portas e de Santana, J. Pacheco Pereira ( artigo do público)esquece que uma canditatura presidencial com sucesso é um projecto essencialmente pessoal. Ao alcance não dos mais capazes, não dos mais brilhantes, não dos mais serenos, não dos mais lógicos, não dos mais filantropos, nem dos mais sonsos.
Não vale a pena tentar ser o grande desmistificador da trivialidade, porque é para esse lado que ela dorme melhor. Desarmar “o tal de populismo” apenas com artifícios de racionalismo esclarecido, mais não faz que entrar no número dos palhaços do circo, vestido de cão amestrado.
O melhor que o país pode ter é mesmo ver os pretensos candidatos irem-se chegando à frente dando o corpinho ao manifesto. Um pião testa-se rodopiando, os peões é que se testam e sacrificam deixando-se comer pela rainha.
J.Pacheco Pereira utiliza com mestria a técnica de argumentar ao som da música que sabe gostarem de ouvir os que o lêem, mas não descortinou que apenas adormece ou faz sorrir os que se sentem tentados a escolher Santana.
Esquece-se também que para princípio de conversa bem podia ter avisado que:
Santana tem todo o direito de querer ser presidente
Santana tem todo o direito de achar que é um bom candidato
Santana tem todo o direito de ocupar o espaço mediático
Santana tem todo o direito de também ser hoje controverso e amanhã consensual
Santana tem todo o direito de achar que ser popular não é ser parvo
Santana tem todo o direito de achar que este é o tempo de ir testando o caminho
Santana tem todo o direito de pensar que a questão presidencial não afasta nada nem ninguém dos problemas importantes
Santana tem todo o direito de pensar que falarem dele é bem melhor que falarem das inenarráveis aventuras do Sr. Figueiredo, da U. Lusíada, da Casa Pia, e do Theias.
Santana tem todo o direito de dizer que foi dos primeiros a avisar da derrocada de Cavaco
Santana tem todo o direito a dizer que se não fosse ele, hoje o presidente da Câmara de Lisboa era o Joãozinho do elevador panorâmico
Santana tem todo o direito a dizer que deu uma ajuda determinante para o PSD estar no poder
Santana tem todo o direito a perguntar se a boa fé é património só dos outros
Santana tem todo o direito a dizer que Portas pode ser para ele o que Cunhal foi para Soares
Santana tem todo o direito a dizer que o PSD está melhor distraído com ele, do que contraído à espera da bênção de Cavaco.
Santana tem todo o direito a usar da demagogia da imagem popular, se outros usam a demagogia da imagem anti-popular
E eu tenho todo o direito de dizer que não o conheço, mas acho graça aos arrepios de espinha que ele produz nas mentes mais iluminadas, e que julgam ser os capitães iglo da estratégia, distribuindo douradinhos de saber pelos grumetes sorridentes mas compenetrados na faina.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário