Este blogue é praticamente científico. Mas somítico. Arranja as premissas nos saldos, nunca vira as costas a uma boa promoção de sofismas e adora ser o primeiro a descobrir uma teoria pechinchada no meio dos trapos velhos. Por princípio o novo dicionário não ilustrado não tem princípios, mas também não se deixa levar pela ladainha da ambiguidade. ( entradas 334 a 342 )



Novo teorema de Pitágoras – Quando um político de esquerda absolutamente quadrado se encontra com outro político de direita absolutamente quadrado para traçarem uma política transversal, o resultado é um rotundo fracasso.



Novo paradoxo de Giffen – Quando sobe o preço do pão é garantido que as forças do bloqueio vão passar o tempo nas padarias a comer papo-secos de empreitada. O consumo anacrónicamente vai subir porque não há graveto para o bife do lombo; os talhantes ficam “em brasa”, o FAssis arrisca-se a levar com outros “papo-secos” e o PS fica mais uns tempos sem ver o “padeiro” que entretanto foi gozar o pagode.



Novo Princípio de não contradição – Duas políticas contraditórias não podem ser verdadeiras nem falsas ao mesmo tempo, são apenas para cumprir ao mesmo tempo... e pronto.



Novo postulado de Euclides – Um partido instalado fora do sistema tem apenas um paralelo com os outros: a tendência para a sobrevivência a qualquer preço.



Novo Paradoxo de Zenão – Quando um partido pretende uma maioria absoluta, primeiro teria de garantir a sua metade e assim por diante, ficando sempre uma metade por alcançar. Ora se está demonstrado que é possível chegar à sonhada maioria, é porque o movimento da política se dá lindamente caminhando apenas entre as meias verdades.



Novo Paradoxo de Russel – Quando um político diz que vai governar para quem mais precisa começa por governar para si próprio.



Novo Paradoxo de Banach-Tarski - Se tentarmos dividir um pequeno-partido-político-armado-ao-pingarelho num número finito de tendências, essas subcorrentes poderão ser reagrupadas por forma a constituir um novo partido tão grande como o bloco central.



Novo Paradoxo do centro de gravidade – Nem sempre quanto mais baixo está o centro de gravidade de um sistema, mais estável é o sistema. Quando a populaça votadora está concentrada nos folhetins dos “altos gabirus”, vai–se entretendo “arreganhado a tacha” e diluindo-se estavelmente na espraiada apatia da frouxa base do sistema.



Novo Paradoxo da cassete – As teorias políticas que se arrogam de ideologias da libertação acabam por só nos convencer de que o melhor é agarramo-nos à realidade que temos.

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