A mim, infelizmente só me dá nostalgia de miudezas. Nunca são nostalgias de primeira, não senhora. Não deixam o estimado Outro-eu a pensar nem vida, nem na morte. Talvez lá iremos um dia, se Deus quiser.

Hoje, o novo dicionário não ilustrado enredou-se numa teia nostálgica de “boas questões”. Coisas de verão. Verão :



Questão de confiança – Quando se dá confiança a mais à populaça ficam-se com estas questões. Geralmente resolvem-se com sondagens pagas à cabeça.



Falsa Questão – Terminologia devedora da “ Sacudidela da água do capote”. Utilizada geralmente pelos espíritos mais encabidados em ideias feitas.



Questão menor - Uma espécie de hemorroidal do discurso político. Não o deixa andar à vontade, descansar um pouco sentado também é um tormento. Fazer merda custa que se farta.



Questão de princípios – Utilizada como derradeira arma de arremesso; pode provocar suspiros a velhinhas, principalmente às que não passaram a noite na bicha da caixa.



Questão de pormenor – Algo que se “guincha” quando ainda se tem o dedinho inchado e a sangrar à beira da ratoeira dos factos. ( a figura do fecho- eclair já foi desperdiçada, infelizmente...)



Questão de números – Alternativa de guincho quando a parte afectada pela ratoeira foi o calcanhar.



Questão pertinente – Treta em estado cristalino. É invocada quanto se pretende dar manteiga ao jornalista de turno.



Questão de se fazer as contas – Um drama de algumas pessoas. Facilmente ultrapassado por engenheiros trovadores que se dedicam a embalar o povo.



Faço questão de desmentir/corrigir – Quando se encontra uma “verdade à maneira” podemos geralmente, mas com boas maneiras, limpar o rabo com outra verdade descartável



Questão em aberto - Quando os traumas freudianos tomam conta da vida política, geralmente ficam muitos buracos destapados, e uma vontade desmedida de que... eles assim se mantenham...



Mera questão formal – Questão tipo borbulha furúnculosa que todos gostariam de despejar num frasco de formol. Geralmente o formol derrama-se e surgem pústulas legais espalhadas por todo o lado



Muito mais isto daria, só que de "boas questões" está o inferno cheio. Quem não acredita no inferno pode pensar que o que está cheio é ...a Feira de Carcavelos.

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