As meninas da Casa de Dona Referenda



Luis Dracmanov, tradutor-intérprete de cimeiras europeias, acabou o dia extenuado e sentiu necessidade de algum carinho descomprometido e minimamente decente. Aconselharam-lhe as meninas da Dona Referenda e ele lá foi depois de comer uma bucha para enganar o lado mais circunspecto das entranhas. Quem lhe abriu a porta foi a menina Dijsselblona, uma holandesa de médio porte e sorriso de hiena mas certamente com talentos diplomáticos escondidos, que o dirigiu rapidamente para a salinha devidamente acolchoada onde Dona Referenda costumava sortear e distribuir as suas meninas. Estava rodeada por Gasparina e Constança, duas moças ainda de dentadura completa mas que, via-se, eram mais conselheiras de Dona Referenda para clientes com especiais necessidades do que propriamente malabaristas de vulva no activo. Logo que Dracmanov se aproximou mais, aí sim, entraram Lagardina & Junckerina, uma dupla que Dona Referenda tinha contratado nos saldos, num bordel do Chipre, e nas quais depositava grandes esperanças. Drakmanov não estava com grandes energias para regatear preços mas, para ele, algo era essencial: tinham de ser surdas-mudas e de poucas exigências. Não interessava a cor nem o cheiro, podiam ser até de coxa frágil, rabinho flácido & maminha encolhida, mas exigências de paleio, ou galvanizante ou de companhia: zero. Ora Dona Referenda era uma mulher experiente e precavida e mandou chamar Tsiprinina e Varoufakina, duas moças gregas que tinha recrutado numa fila de multibanco a traficar bitcoins impressos em papiro  e desejosas de mostrar serviço. Dracmanov apreciou a sugestão e deixou claro: nada de manobras, nada de grandes perguntas ou posições exóticas, queria, por assim dizer, e disse, foder em sossego. Como Dona Referenda antecipava sempre as exigências dos seus clientes já tinha uma bela Papandreuca em reserva. Tudo na defesa da sua muito selecionada eros zone.

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