andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é
necessária.»
Ao evoluírmos no e pelo tempo – fenómeno também conhecido
por idade – dois caminhos nos são oferecidos,
por regra: o caminho da intolerância máxima (já não estamos para aturar parvos,
damo-nos ao luxo de nos irritarmos ou desprezarmos o que não nos agrada,
ficamos com aquilo que chamamos pomposa e um pouco petulantemente, exigência,
critério, não admitimos manchas em machetes, nem desatinos em isaltinos ), ou então
o caminho da tolerância olímpica (aceitamos tudo como fruta da época,
compreendemos os defeitos dos outros, vemos anúncios das telhas Umbelino
Monteiro com o mesmo prazer que os anúncios dos perfumes da ralph lauren, e se
para um martelo tudo é um prego, para um tolerante tudo é vaselina).
Ambos são caminhos perturbadores, pois ambos nos puxam para
o pior de nós, ou seja, ambos nos exigem uma experiência de racionalidade assistida
para a qual não estamos talhados.
O único movimento humano no qual podemos
encontrar uma certa aproximação da perfeição é indubitavelmente quando gostamos
de alguém duma forma irracional. Ou
seja, quando tolerar ou exigir não nos trespassam sequer a epiderme.
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