Baptista da Silva – olha lá, achas que está na altura de dar
mais alguma entrevista?
Capitão Roby – eu noutro dia comi uma gaja que é pivot e
meto-te na boa numa mesa redonda
Baptista da Silva – desta vez tinha pensado em dizer que era
observador por parte do kremlin
Capitão roby – tem cuidado que eu uma vez comi uma ucraniana
com tranças mas fiquei ulcerado no estômago, julgo que estava contaminada
Baptista da Silva – sim, tens razão, se calhar opto por dizer
que sou fiscal d’excel
Capitão roby – por acaso noutro dia comi uma miúda em cima
dum power point e ela disse-me que eu tinha um outlook fatal
Baptista da Silva – olha, estou a pensar apresentar um
estudo que demonstra que há uma correlação directa entre a austeridade e a
austeridade
Capitão roby – isso lembra-me uma vez em que eu andava a comer
umas gémeas que também trabalhavam em correlação
Baptista da silva – a libido e a economia andam muito
ligados…
Captão roby – não me digas…o mais parecido que comi com uma
economista foi uma escritora de livros infantis
Baptista da Silva - sim, e na economia também se aprende a
controlar os impulsos sob pena de tudo se esvair em superavits precoces...
Capitão roby – aishh... nessa onda o pior que me aconteceu foi numa fase em que
andei com a mania da miúda única… passava o tempo com restrições e quando voltei
ao mercado reparei que estava muito desvalorizado e nem tinha dado por isso,
foi um castigo para voltar a sacar umas miúdas novas
Baptista da Silva – pois é, isso é terrível, eu se calhar vou
antes fazer um estudo empírico a demonstrar que o que trama a moeda única é ela
ser única, por exemplo, num país com várias moedas únicas acho que esta crise
nunca aconteceria
Capitão roby – olha, lembras bem, uma vez andei com umas empíricas suecas e
digo-te, nunca chegava a ser necessário arranjar uma teoria para aquilo tal a variedade
de resultados, e bons, que se obtinha. Eu sou um apologista fanático do estado
social em formato loiro e robusto, detesto escanzeladas, aliás, estou sempre em greve de escanzelo.
Baptista da Silva – eu também gosto muito do estado social,
uma vez fiz um estudo para a rádio renascença em que demonstrava que há uma
correlação directa entre o nº de terços rezados pelas pessoas juntinhas em Fátima
e o número de avé marias produzidos pelo País…
Capitão roby – sim, sim, as religiosas são as melhores, um
tipo tem é que lhes levar os filhos à catequese, ouvir uma ou outra ladainha, mas
depois são muito certinhas, têm a noção do dever, não sei se estás a perceber?
Baptista da Silva – por isso é que eu já defendi que para
nós termos bem a noção do dever, têm é de nos emprestar ainda mais, pois quanto
mais devermos mais noção temos, e assim por diante, é logarítmico e tudo, já
expliquei isso uma vez numa conferência para prémios nobel da paz que organizei
no Porto Brandão
Capitão roby – nem me fales da Porto Brandão, pá, uma vez comi
lá uma gajita a julgar que era a angelina joli e afinal era a empregada duma
pastelaria na costa da Caparica que tinha perdido o autocarro e sofria de asma e tinha o peito metido para dentro
Baptista da Silva – meu Deus, o mundo é muito dado a confusões, é…, olha
que ainda noutro dia estava a dar uma conferência para tipos com problemas de
inserção social e depois descobri que aquilo era mesmo o conselho de ministros,
e nem foi o tipo do lacinho que me levou lá!
Capitão roby – eu gosto muito de inserção social! Muito mesmo.
Sem isso não há salvação. Aliás, só concebo mesmo a sociabilidade em geral num ambiente de inserção em particular.
Baptista da Silva - então se calhar hoje vou mesmo aceitar o estatuto de observador da salvação nacional, vendo bem uma pessoa não se pode estar sempre a expor, não é?
Capitão Roby - discrição acima de tudo, sim, o segredo é a cama do negócio
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