Metralha e dor, foi o saldo. Tudo espalhado pelo chão. Agora ninguém quer limpar. Passeamos em slalom por entre os destroços. Olhamos de relance de quando em vez, mas sem lhes tocar. Brincamos ao jogo do querer e do poder. Perde sempre o poder. No homem a vontade é sempre mais forte, tão forte que muitas vezes se disfarça de possibilidade. Só tínhamos um cartucho para queimar e andámos a queimá-lo aos poucos, mas pondo um bocadinho de pólvora de lado não se fosse dar o caso de ainda termos de sacar de uma explosão. Ainda sobejou um bocadinho desta reserva. Cheiramo-la agora como que se fosse uma recordação. Pólvora seca. A nossa recordação é uma mão cheia de pólvora isenta de humidade, guardando a explosão reprimida como quem guarda um quisto de estimação.
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