ela - Olha, espermatozoide deixou de ter acento no ó.
ele - Isso não abona na fertilidade nacional.
ela - Achas que toca a todos?
ele - Todos, como?
ela - Se, por exemplo, tu ficarás menos fértil também?
ele - Desde que a glândula se mantenha circunflexa acho que não haverá azar.
ela - Mas a gaita-de-foles vai perder a força do tracinho.
ele - Já me parece mais grave.
ela - Nada que se compare com o desaparecimento do cê da erecção.
ele - Esse já era esperado, o organismo teve tempo para se adaptar, incluindo na fase do jato.
ela - E talvez na fase da retração já não se vá sentir tanto a falta.
ele - Será tudo uma questão de expectativas ou expetativas.
ela - Aí sim vai haver uma perda, penso.
ele - Diz que diminuem as desilusões.
ela - Tudo é suscetível de nos desiludir...
ele - Até se calhar a própria susceptibilidade depois de perder o pê.
ela - Sim, quando alguém perde certas susceptibilidades de estimação é sempre de desconfiar.
ele - Acho que, pelo sim pelo não, podemos ficar pelo tema do espermatozoide sem acento.
ela - És uma joia.
ele - É ótimo que o reconheças ao fim deste tempo todo, foi preciso ter perdido o acento também?
ela - Entre perder o pê ou perder o acento acho mais grave perder o acento porque pês há muitos.
ele - Sempre pensei que eu fosse a tua exceção de estimação...
ela - Estim'as melhoras.
ela - Estim'as melhoras.
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