The But Biography

Desde que foi dispensado de ter pensamentos profundos que se dedicou à vã diletância, mas como não tinha efectivos dotes de diletante esta transformou-se em verborreia, mas como a escrita não lhe estava gravada no cabrão do genoma, deslocou-se para o paleio, mas como lhe faltavam sempre as palavras importantes assentou na tirada rápida, mas ao não ser iluminado pelos raios do sincretismo pôs-se a estudar os russos, mas como não fora talhado para a tristeza aplicou-se na piada lateral, mas como deixaram de o olhar de frente refugiou-se no desconstrutivismo, mas como ficou com as ideias presas por arames tentou confortar-se na aguarela abstracta, mas como lhe doíam sempre as costas inclinou-se um pouco para a literatura da decadência, mas como nem sequer estava a decair em condições entusiasmou-se com o memorialismo, mas como não tinha recordações decentes experimentou a fantasia, mas como fantasiava em excesso ponderou a playstation, mas como emperrou num irritante 2º lugar dum sinuoso circuito em Tóquio tentou recuperar a sua eventual faceta sarcástica, mas como afinal nem era uma boa faceta deu humildemente a outra faceta e envolveu-se a escrever críticas de pintura de quadros nunca pintados, mas como ninguém pintava os quadros que não estavam pintados voltou-se para o folk alternativo, mas como o folk já não atava nem alternava debicou um pouco na análise política, mas como barrosão virou cherne e tanga virou bailout ensaiou o amor, mas como o amor é fogo que arde sem se ver e ele era da linhagem do são tomé arrastou-se para o realismo mágico, mas como a magia tinha abandonado a realidade foi espiolhar a história contrafactual, mas como contra factos fodem-se os argumentos decidiu entregar-se à bebida, mas como o álcool se evapora mais rapidamente que a neura rezou dois terços, deu um beijo na testa que tinha mais à boca, soprou a franja mais linda que conhecia e adormeceu olhando sem lágrimas para o redentor mais crucificado que a noite lhe concedeu.

6 comentários:

Anónimo disse...

Oh Meu Senhor (e chamo-lhe 'Celsinho' porque me faz lembrar o meu Celsinho à 40 anos) não me faça chorar pf! O Senhor padece da virtude da ambiguidade de me fazer chorar e rir simultaneamente! Olhe que 3 Shots de vodka batem menos que os seus reiterados 'mas' deste pedaço de prosa ... maravilhoso! ;)

Oh Sr. Celso! dê-me música pf e não me faça chorar ou melancolizar ... E não me venha, pf, com historietas biográficas, não me fale de ficção muito menos de literatura! apetecia-me rir! e saber o endereço postal do seu Lar!

Melhorsito da sua Espandilose?

Ass. A MARIA

Anónimo disse...

Mt, mt, mt sensível no momento ... permita-me afinfar-lhe Sr. Celsinho!

Com Isto http://www.youtube.com/watch?v=ZBR2G-iI3-I&feature=player_embedded e avie-se!

Preocupa-me agora sua Espandilose ... ai, ai, ai que vou perder o sono com isso!!!

Diga coisas pf
Ass
A MARIA

mm disse...

A Drª Girassol pede-me para lhe dizer que se emocionou quando lhe li este post. E manda-lhe beijos.

aj disse...

Maria, acho completamente legitimo q se queira rir, mas aqui a tasca não é uma sucursal do circo chen nem dos gatos fedorentos.

aj disse...

mm, a drªa girassol q não se acanhe, e pode voltar a enviar-me as criticas corrosivas aqui ao blog. (falta de fotos de gajas inacessiveis em condições, erros de sintaxe, poucos links seleccionados, palheta em excesso, conversa enrolada, deficit filosofia politica, etc etc etc)

Anónimo disse...

Ó Senhor 'aj'!!! Se não é o Circo Chen ... lamento! Ai que a gente tamos todos a precisar muito dele, ná é assim?
Ass. A Maria