sai uma first amendement para a mesa do canto, faxavor.

Poderia existir um tipo de perversidade de 3ª geração a guardar-nos a sanidade e a graça. Qual seria a moralidade daquele mal apenas pensado instrumentalmente, - nem Kant nem os anjos lá chegavam - apenas para nele concentrar as forças que poderiam, se desgovernadas a céu aberto, desencaminhar-nos em assuntos, esses sim, de importância real, vital, escatológica. Quem ama a Deus não terá também direito a uns minutinhos de mente sacana, aquele tipo de mente que conseguisse arranjar um vestíbulo para deixar o mal real apenas à porta a falar com o capacho. Será uma quimera esta psique que consiga encontrar um local de embuste que não é nem freudiano nem pavloviano nem damasiano? Esse lugar virtual onde cometêssemos os roubos, os insultos, um ethical-punch onde deixássemos a nossa soberba a esmurrar, a brincar ao faz de conta, onde déssemos os beijos de judas, sem Lhe tocar na face, e sem receber moedas em troca. Uma zona desmilitarizada. Um campo de tiro para a culatra da imaginação. Meu Deus, para ali não olhavas, sabias mas não olhavas, tipo os miúdos a jogar playstation enquanto os avós lhe dão sermões, era uma coisa só nossa. Um paralelo 38 da moral. Um pecadário, uma reserva artificial para pecados terapêuticos, indolores, incapazes, estéreis, fátuos, falsos. Risíveis. Eram a sombra das sombras da caverna. Precisamos deste espaço, meu Deus, duma válvula occipital, duma zona com imunidade penitencial, duma assoalhada onde as tábuas da lei ficassem apenas a fazer de parapeito e nunca de rodapé; vá lá, com uma fontezinha de água benta no meio. Podes fazer com mutação, com milagre, com arrefecimento global, com aparição, com selecção natural é que não pois leva muito tempo, pela nossa rica saúde.

7 comentários:

Anónimo disse...

Um pecadário para veniais... uma boa imobiliária há-de ter em carteira alguma proposta. Precisa de equipamento especial (varão, revistas, brinquedos eróticos, umas quantas «febras de importação») ou basta-lhe um catrezinho e uma pagela?

Maria

aj disse...

o problema é esse, as imobiliárias só arranjam soluções muito sofisticadas e cheias de tralha. E um bom pecadário só precisaria dum filtro potente, sempre limpinho, e duma boa cama de algas.

Anónimo disse...

Cama-d'águas? Espelho em cima? Paredes forradas a veludo? Música ambiente? Parece simples de resolver, há um «pecadário» assim pª os lados de Sintra, entrada privativa e sigilo garantido.

Maria

Anónimo disse...

Brilhantíssimo, Meu Senhor. Olhe que começo a ficar enciumada com a vossa coment blogger chamada Maria, que como sabe, é o Nome que Minha Mãe me deu ... Quem é essa fulana?!?!

Vá, falando a sério, choro rios lacrimonosos por não lhe ter conseguido ainda responder (e, claro que essa tal de Maria travou os meus ímpetos de resposta...).

Vá, falando a sério, quase que me vim com este brilhantíssimo post e confissões à parte tenho tido mt casa para limpar, 'tou cansadérrima e, mais importante! tou apaixonadíssima por si.

Apresento-me: A Real e Autêntica Maria: Tenho 89 anos, sou do Brasil, trabalho a limpar casas, vivo na chamusca e acabei por me tornar lésbica com a minha companheira de quarto que é boa com Ó Milho.

Quer casar cmg?

Bjs Grandes Maria, Maria, Maria

aj disse...

Organizem-se, pá! Aqui no lar levam-me 20 € de cada vez que uso isto pq dizem q a internet tira a potência aos pacemakers.

Anónimo disse...

Vai lindo, vai... Esta caixa de comentários começa a parecer o cabaret da coxa!

C. (moi même)

aj disse...

o cabaret da coxa comparado com isto parece o Palacio de Versailhes.

(de qualquer modo agora entreguei a gestão dos comentários ao governo hungaro)