bailoutame mucho

1. política

Já há uns tempos o nosso Sócrates (sócrates deverá ascender à categoria de 'político de estimação', uma espécie de tamagoshi nacional) disse - estará o vasto auditório recordado, certamente - que ainda estaria para nascer quem reduzisse melhor o déficit do que ele. Há poucos dias Cavaco informou-nos que ainda teríamos (não sei se todos ou se só alguém em especial) de nascer duas vezes para ser tão honestos como ele. Enquanto aguardamos pela proposta de renascentista de passos coelho, confirmamos agora que Portugal-nação pode vir a encontrar a sua vocação como barriga de aluguer para políticos sérios e poupados desde que - um pormenor importante - devidamente fecundada no local próprio (sodomizarem-nos não resulta, já deviam saber). O recuo na primeira leva de 'cheques bebé' ficou assim explicado, só terá direito a essa verba a pessoa que nascer duas vezes, ou , no mínimo, que possa garantir formalmente estar ainda para nascer outra vez. Todo o português que nasça apenas uma vez está destinado à desonestidade e ao esbanjamento. Aconselha-se, por isso, a classe profissional das parteiras a darem o nó no cordão com muito jeitinho porque a partir de agora vai ser necessário desatar e atar outra vez. Avisa-se também a classe obstetrícia e ginecológica em geral que todo e qualquer rebentamento de águas deve ser cuidadosamente acompanhado pois a reserva estratégica de liquido amniótico tem de ser acautelada, a fim de secarmos em definitivo a fonte de perdulários e aldrabões que tem sido a nossa estirpe.

2. bola

Cumpre-me informar que, naquilo que é realmente importante, este ano trouxe mais do mesmo: nem uma grosa incandescente pelo cu acima poria os cabrões dos lagartos a jogar decentemente à bola. Gostaria de saber o que pode fazer um pai para manter os seus filhos fiéis a um clube que os faz passar vergonhas com os colegas, e que inclusivamente os pode levar a desconfiar da capacidade paterna para lhes proporcionar uma vida com mínimos de confiança, serenidade e algumas farripas de felicidade, quando não mesmo desconfiar da sanidade mental do progenitor. Sim, educar como, nestas condições de achincalhamento moral!? Como ajudar a destrinçar o certo do errado, o bem do mal, o amargo do doce, a barriga do rochemback da coxa da claudia vieira, quando aparentemente lhes abrimos o caminho para se enfiarem irracionalmente no maravilhoso mundo do frangalho e da derrota. Só um pai Sportinguista pode realmente perceber o alcance de uma crise.

3. gajas

Uma das conclusões mais dolorosas que temos de tirar para este ano é que não deu ao plasma nenhuma nova sex symbol de que o país se possa orgulhar e inclusivamente ainda deixámos fugir a orsi feher para o atletico de madrid. Como sabemos o prazo de validade da sex symbol portuguesa cifra-se nos 18 meses (está entre o queijo flamengo e o miolo de camarão) e se não aparecer nada de novo poderemos ter de voltar a descongelar uma Diana Chaves ou parecido. O desfoque provocado pelos planos tecnológicos e pela pressão no rating da república permitiu inclusive que a nova namorada do ronaldo se viesse imiscuir num território que deveria ser um reduto exclusivo da maminha e do rabo nacional. Se há coisa que esse uiquiliques devia pôr a mão era nisto: português que seja apanhado a babar-se perante febra de importação não merece perdão.

4 comentários:

maria disse...

isso vai lindo vai...:)

beijinho e Bom Ano!

aj disse...

Um beijo e bom ano novo também! :)

Anónimo disse...

(o meu comentário anterior deve ter-se perdido...)

Dizia que fico muito feliz por ter voltado e deixado os Picassos envelhecidos pª trás. Ah, e mais, é um regresso auspicioso, continua a ser o meu sorriso de todos os dias.

C.

aj disse...

Obrigado, bom ano novo!