Ao contrário do que se pensa a expressão 'laranja mecânica' não foi inspirada no título do filme de Kubrick para retratar o tipo de futebol que a selecção holandesa praticava na época de Cruiff, mas sim num quadro do discípulo de Giuseppe Archimboldo, Mauro Kanati, um florentino que se haveria de radicar em Brugges depois duma paixoneta pela pintora de socas Linda Chulederck. Kanati reformulara um pouco o artifício de Archimboldo, e fazia com que fruta e leguminosas várias se parecessem com máquinas infernais, tendo ficado muito conhecido o quadro em que um abacate produzia anoraks para a chuva e que fez com que Salvador Dali apanhasse um pneumonia corria o ano de mil 9 & trintei7.
Foi curiosamente um descendente de Mauro e Linda, o flamengo Frank Brandkervurst, que pintava naturezas moribundas (um tipo de natureza que não está completamente morta pois sopra ainda um ventinho) à porta duma oficina de sapateiro em Apeeldom, que descobriu no sótão um quadro de Mauro em que uma laranja se autodescascava quando era tocada no cucuruto e posteriormente os gomos iam jogando à rabia entre si com os caroços da laranja entretanto stripteasada. Intrigado com o conceito, ainda acabou de pintar duas nozes encavalitadas numa pinha que por sua vez já passava pelas brasas encostada a uma papaia, foi de seguida experimentar fazer toques de calcanhar com o seu primo Aldo Resenbrink que era especializado a pintar aves canoras de bico azulado. Os dois davam-se tão bem que se lembraram de convidar Perm Van der Pelvis, que se tornara um mestre a desenhar narizes de velhos em asilos, e em conjunto constituíram o tridente ofensivo do Alkvert Zimaart, um clube que tinha sido fundado em 1000 seiscentos e 20toito para acolher órfãos de pintores de troncos de árvores de folha caduca. Tendo sido observados durante um treino por Kaspar Van der Brocsh, um ex-pintor de golas de casacos de soldados estropiados em batalhas ao serviço dos exércitos de Carlos V, que tinha deixado de pintar porque um dia lhe caíra no pé uma lata de 20 litros de amarelo ocre, foram rapidamente convidados para pintar o casamento da bela e vistosa Susana Rembrondruck com Mark Van der Luck e para, de caminho, abrilhantarem o copo de água com séries de toques com o joelho e o peito sem deixar cair no chão enquanto os noivos não parassem a linguadela da praxe. Sendo que o padrinho da noiva era o extremo esquerdo do FC Calemard, este rapidamente os integrou na equipa, onde substituíram um outro tridente constituído por 4 (na Holanda os tridentes têm 4 porque um pode sempre ficar submerso) pintores de búzios e alforrecas, motivos que já tinham entrado em saturação entre a massa associativa composta essencialmente por salsicheiros de Eindhoven.
Associados a um artista que se tinha dedicado a pintar espermatozóides de vietnamitas, acabaram por se notabilizar como o quarteto de Utrecht, cidade em que tinham pintado vários motivos decorativos para a sua feira de enchidos de 2mili2, onde fizera furor o painel com um paio, uma morcela e um fatiado de pata negra da autoria de Leonel van der Robbest, um extremo-direito que, soube-se depois, era o tipo que pintava todos os encarnados do Bacon, Francis.
Daí a fazerem parte do núcleo da selecção foi um pulinho e no dia da sua - deles - primeira internacionalização, sobre o comando do treinador Lind Van der GoldenSheren, que se tinha notabilizado por pintar notas de xelins em cima de ovos de avestruz durante o período que passava no banco de suplentes, acabaram a festejar com 3 norueguesas que, dizia-se, eram boas fornecedoras de material para os pincéis.
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