Blogueiro que não comente a exposição de orgasmos da Profª Drª Clara Pinto Correia devia perder a licença de bloga. Trata-se evidentemente do acto cultural mais importante de arranque de década e é de péssimo tom que se passe ao seu lado sem uma palavra, um gemido, um suave arfar, seja ele de apreço, de crítica, de consternação, de excitação, ou mesmo um reflexo onomatopeico dum simples «cariño m'encantas»; no entanto, apesar de protagonizar aquele que é um dos momentos mais altos da orgasmática nacional, - para utilizar o mesmo qualificativo da célebre expressão de Pulido Valente sobre o seu (dela) Adeus Princesa - não foi suficiente para que, ao googlarmos 'clara' esta, a pinto correia em apreço, não se veja ultrapassada pela 'ferreira alves' (que orgasmizará certamente muito pior) ou mesmo pela 'de sousa' (que já orgasmiza no seu estado normal).
A primeira vez que vi orgasmos fotografados foi, já há uns bons anos, duma chinoca (acho que era japonesa, mas fica muito mais giro dizer chinoca) no MMK de Frankfurt, mas vinham acompanhados de planos, digamos, de carnalidade mais explícita, o que criava um ambiente curioso nos, despreconceituados, claro!, espectadores. Uma cona (também se diz vagina) é algo que dá imensa piada, já se sabe, e toda a espécie de sorrisos se podiam observar na assistência (tirando os franceses que, já se sabe também, apresentavam um ar compenetrado - apropriada palavra para a situação, diga-se); Deus proporcionou (-me) que não houvesse espelhos e assim não posso elaborar sobre o meu próprio semblante. Mas estava longe da pátria mãe, era fácil andar a observar vulvas (também se pode dizer assim) do oriente sem que ninguém conhecido me apanhasse de olhar embevecido, inclusivamente terno - também conhecido como a ternura da púbis.
Mas orgasmos de clara em cascais (e não em castelo) será algo que exigirá outros preparos de camuflagem (barba postiça obrigatória e gravata com barquinhos), dado que também terei forçosamente de tentar gravar todos os comentários que conseguir (numa espécie de semi-voyeurismo de ouvido) apanhar, venham eles de mulheres a indagarem discretamente «será que eu também faço esta cara, querido?», ou homens a refilarem olimpicamente « se fizesses esta cara eu amolecia em três tempos», ou mesmo um ou outro mais atrevido do género «e agora estariam enfiar-lhe o dedinho onde?», sempre todos acompanhados dos obrigatórios e intermitentes «credo!»'s.
Estou esperançado numa boa (e envolventemente didáctica) exposição, irei atentar principalmente na capacidade de revirar olhos de Clara, (não sei se também terá planos com o retorcimento dos dedos dos pés), e nas erupções de gengiva (a gengiva é muito sensível ao êxtase) e, sendo possível, comprarei um postal. Para deixar aos netos, óbvio.
Nestes dias de emancipações o orgasmo português emancipou-se também, hasteou a bandeira da sua claravela (belo trocadilho en passant, hem), saiu definitivamente da idade da pedra e entrou (alegremente) na idade do haxe.
Da próxima vez que comprar caras de bacalhau vou ser mais exigente.
A primeira vez que vi orgasmos fotografados foi, já há uns bons anos, duma chinoca (acho que era japonesa, mas fica muito mais giro dizer chinoca) no MMK de Frankfurt, mas vinham acompanhados de planos, digamos, de carnalidade mais explícita, o que criava um ambiente curioso nos, despreconceituados, claro!, espectadores. Uma cona (também se diz vagina) é algo que dá imensa piada, já se sabe, e toda a espécie de sorrisos se podiam observar na assistência (tirando os franceses que, já se sabe também, apresentavam um ar compenetrado - apropriada palavra para a situação, diga-se); Deus proporcionou (-me) que não houvesse espelhos e assim não posso elaborar sobre o meu próprio semblante. Mas estava longe da pátria mãe, era fácil andar a observar vulvas (também se pode dizer assim) do oriente sem que ninguém conhecido me apanhasse de olhar embevecido, inclusivamente terno - também conhecido como a ternura da púbis.
Mas orgasmos de clara em cascais (e não em castelo) será algo que exigirá outros preparos de camuflagem (barba postiça obrigatória e gravata com barquinhos), dado que também terei forçosamente de tentar gravar todos os comentários que conseguir (numa espécie de semi-voyeurismo de ouvido) apanhar, venham eles de mulheres a indagarem discretamente «será que eu também faço esta cara, querido?», ou homens a refilarem olimpicamente « se fizesses esta cara eu amolecia em três tempos», ou mesmo um ou outro mais atrevido do género «e agora estariam enfiar-lhe o dedinho onde?», sempre todos acompanhados dos obrigatórios e intermitentes «credo!»'s.
Estou esperançado numa boa (e envolventemente didáctica) exposição, irei atentar principalmente na capacidade de revirar olhos de Clara, (não sei se também terá planos com o retorcimento dos dedos dos pés), e nas erupções de gengiva (a gengiva é muito sensível ao êxtase) e, sendo possível, comprarei um postal. Para deixar aos netos, óbvio.
Nestes dias de emancipações o orgasmo português emancipou-se também, hasteou a bandeira da sua claravela (belo trocadilho en passant, hem), saiu definitivamente da idade da pedra e entrou (alegremente) na idade do haxe.
Da próxima vez que comprar caras de bacalhau vou ser mais exigente.
4 comentários:
Sabe informar-me se a exposição vai itinerar pelas antigas colônias?
Não precisa vir com toda a frota, vamos compreender se "Santa Maria" ficar atracada no cais, mas "Pinta" é indispensável!! De outro modo, considere a possibilidade de trocarmos postais, sim?
(gritinhos)
E
julgo que um orgasmo a itinerar é capaz de perder força no espasmo...mas posso indagar.
Se houver postais providenciarei :)
'pinta' era caravela de mr cabral?
Sim, uma caravela! E decoramos na escola desde pequenos os nomes das tês principais:
"Santa Maria", "Pinta" e "Nina".
Quanto ao itinerar, se for pelo corpo, vale a pena tentar...
;)
ahahahaha
Mais outro delicioso.
«clara' esta, a pinto correia em apreço, não se veja ultrapassada pela 'ferreira alves' (que orgasmizará certamente muito pior) ou mesmo pela 'de sousa' (que já orgasmiza no seu estado normal»
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