Como é possível que já todos tenhamos dado conta, as percepções e as aparências são muito mais reais que os factos. O homem antes de ser racional ou mesmo sensorial é um animal de revelações. É por isso que o fenómeno mais importante da humanidade (como história e como entidade sociológica) é uma revelação que vive muito mais da aparência e da percepção do que do facto em si. O indeterminismo antropológico (leia-se: o homem como máquina psicológica de reacções e hábitos) alimenta-se precisamente desta superlativa dose de maluqueira que temos inscrita nos, vá lá, genes, para utilizar um termo assim mais cocozinho. O mecanismo religioso é a mais fantástica gestão que o homem (leia-se: máquina psicológica de reacções e hábitos) descobriu no seu interior para fazer da percepção e da aparência verdadeiras fadas do lar (leia-se: lar como último reduto da tal máquina psicológica). Assim, concluo, quem não tiver desenvolvido - não basta ter, tem mesmo de desenvolver - uma rotina religiosa nesse seu reduto, bem pode fazer uma bela camisinha de forças com franjinhas a toda essa/esta realidade factual que anda aos peidinhos no ar (leia-se: peidinhos no ar como nietzscherianamente esvoaçante).
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