Vai ser bom nascer em Mortágua

Cortesia de mptv
(leia-se 'gamado de')

1. o estado deve interferir em quem as pessoas gostam?

não

2. o estado deve interferir em quem as pessoas beijam?

não


3. o estado deve interferir em com quem as pessoas se relacionam sexualmente?

não ( dentro dos limites das leis que regulamentam a integridade fisica e psicológica)


4. o estado deve interferir em como as pessoas se relacionam sexualmente?

não

5. estado deve interferir em como as pessoas se organizam socialmente?

sim

6. o estado deve dar indicações legais positivas sobre certas formas de associação e organização básica entre pessoas?

sim

7. o estado deve dar indicações legais positivas sobre formas de associação que privilegiem a autosustentação da espécie?

sim

8. o estado deve inibir alguma forma de associação?

não (excepto as criminosas)

9. o estado ao não estabelecer medidas de apoio expresso a algum tipo especifico de associação entre pessoas, pode considerar-se que esteja a criar uma inibição a esse tipo específico de associação?

não

10. o estado pode exercer a sua razão de existir sem ter subjacentes juízos de índole ética ou mesmo moral?

não

11. o estado ao estar a dar indicações positivas sobre alguma forma de associação está a ter subjacente algum juízo ético, ou mesmo moral ?

sim

12. o estado deve fazer prevalecer o principio da sustentação da espécie acima do princípio da igualdade de direitos de associação ?

sim

13. o estado ao estar a dar indicações positivas sobre uma forma de associação entre pessoas que tenha subjacente uma forte possibilidade de concurso para a sustentação da espécie está a prestar vassalagem a alguma corrente ideológica ou religiosa específica e limitada?

não

14. o estado ao estar a dar indicações positivas sobre uma forma de associação entre pessoas que concorra para a sustentação da espécie está a adquirir responsabilidades específicas na concretização desse desiderato?

não e sim


15. a responsabilidade de sustentação da espécie é apenas de índole individual?

não

16. a responsabilidade de sustentação da espécie é apenas de índole social?

não

17. a existência e funcionamento dum estado pressupõe a existência dum modelo de sociedade?

sim

18. a existência dum modelo de sociedade é compatível com a liberdade que a maioria dos seres humanos considera (mesmo que por razões diversas) fazer parte essencial da sua constituição ontológica de base?

sim

19. há risco de que a existência - mesmo que não explicita nem formal - de um 'modelo de sociedade' possa conduzir a politicas de cariz utopizante ( e/ou entupizante) de 'sociedade modelo'?

sim

20. o estado ao igualizar as indicações legais positivas para todas as formas de associação e organização social básica entre pessoas estará também a colocar-se ao serviço duma perversa utopia instrumental de 'sociedade modelo'?

sim


21. deve, então, o estado dar privilégio jurídico à associação básica entre pessoas de sexos diferentes apenas por esta conter, ainda que seja apenas de forma bio-vagamente implícita, a eventual possibilidade de ajudar a concorrer para a sustentação da espécie?

sim.

22. deve, então, o estado conceder o acesso ao 'casamento civil' a pessoas do mesmo sexo?

não.

5 comentários:

maria disse...

bem, peço desculpa se vou ser redutora, mas resumo o seu enunciado à necessidade da sociedade ter como "valor mais" a sutentação da espécie. E que isso inibe pares do mesmo sexo a disporem de situações jurídicas iguais aos casais homem-mulher.

Acho fraquinho esse argumento da sustentação da espécie.
Visto ao contrário é como as leis chinesas que limitam o número de filhos e até o sexo.

A sustentação da espécie cabe à humanidade do seu todo. Particularmente, alguns sentem vocação para isso. Outros não.

bjs

aj disse...

ora vamos lá ver...

1. temos sempre de reduzir para conseguir compreender ( e mais ainda para agir)

2. cada pessoa pondera os valores de maneira diferente, claro

3. não acho q o não acesso ao casamneto civil a homossexuais seja real inibidor da sua (deles) associação.

4. a 'humanidade como um todo' é algo q não existe

5. as leis e os institutos juridicos concebem-se para casos gerais e não para casos particulares (o codigo da estrada tb é para todos os carros...)

6. e claro, factos são factos, propaganda não são factos.

e bjs, claro tb :)

maria disse...

não dá umas explicações? eu preciso: faça desenhos, sei lá... ;)

não tenho problema com a ponderação diferente de valores. Nem com a divergência de posições neste tema. Todos aprendemos com todos. (mais ou menos) :)

não é só a questão de os inibir à associação. Existem certos direitos e deveres legais e sociais de que se vêem excluídos. Será isso justo? Eu acho que não.

Refiro Humanidade não como uma massa anónima ou um conceito abstracto, mas no sentido cristão: todos somos UM Nele. E daí irrompem as vocações particulares. Isto não faz sentido para quem não é crente. Nem para os adeptos do individualismo absoluto. Para mim, faz.

Não percebo a da "propaganda". a sério.

e mais bjs

aj disse...

ainda hei-de colocar aqui uns desenhos do Pablito sobre a 'vocação particular' hei-de hei-de :)

Todos temos direiros que se nos estão vedados num determinado momento, por uma determinada circunstancia, é da natureza da vida em sociedade.

custa-me a admitir que o valor da sustentação da espécie não tenha uma preponderancia juridica face ao da igualdade de direitos de associação

claro que há uma agenda gay que ultrapassa a mera luta (legitima) por 'viver em igualdade de direitos'

agora tb me parece claro q -isoladamente - o acesso de todos ao casamento civil não vai acabar com a espécie, óbvio; tal como se aumentássemos a velocidade nas autoestradas para 250 não iriamos morrer todos

maria disse...

entendi.


Ps - ponha os desenhos, ponha.