(e este blog associa-se assim às comemorações da chegada do homem à Lua)
O astronauta John Capuchini mais do que pisar novos planetas gostava de treinar acoplagens com a sua nave ‘Little Apricot’. Saía pela tardinha, enquanto toda a galáxia estava na matiné, e entranhava-se pelo espaço na busca da acoplagem perfeita, a last frontier das acoplagens, mesmo que efectuada em condições de grande adversidade, inclusive chuvas de cometas ou de mary’s poppins.
Naquele dia ‘Little Apricot’ tinha-lhe solenemente comunicado que não estava disposta a ir para perto de planetas com muito arvoredo, pois os radares eram muito sensíveis, e não estava para ficar emaranhada nalgumas moitas. Foram assim para a órbita do planeta Berardo (tinha o nome do antigo empresário português, numa homenagem à doação da sua colecção de cuecas de renda pintadas de luas por Joana Vasconcelos) uma espécie de Saturno mas com anéis em forma de arco-íris.
Uma das coisas que costumava deixar John Capuchini um bocado sensível durante as acoplagens era uma astronauta russa que se costumava passear com a sua nave levando um casal de clones de tigres da Sibéria a mijar no espaço porque achava que lhes fazia bem à pele. Quando isso acontecia geralmente John falhava a acoplagem, e por brincadeira ‘Little Apricot’ até o provocava perguntando-lhe se tinha de ir tratar do assunto com o modo de astronauta automático.
Mas naquele dia John enchera-se de brios e até comprara um kit de capacete e chave de fendas novos num Pingo Doce de Vénus que dizia nas instruções: «Pensa e acoplarás». Inesperadamente, um revolucionário acabamento em estrias helicoidais revelou-se problemático tendo inclusive deixado por duas vezes John com a chave na mão a olhar para o capacete e para uma ‘Little Apricot’ incrédula e quase que suspirando pelos tempos em que apenas se dedicavam a brincar à batalha de coordenadas de GPS, ou a fazer as palavras cruzadas do Ypsilon.
Mas John não desistia; e se não tinha obtido sucesso com a clássica técnica de acoplagem central iria arriscar com a alternativa acoplagem de perfil, sabendo de antemão que o espaço era exíguo derivado à proximidade dum satélite paquistanês que se instalara nas proximidades, e que se dedicava a fazer downloads ilegais de música cósmica para depois vender como imitação dos Pink Floyd. ‘Little Apricot’ enchera-se de boa vontade e até adornara a zona de acesso ao tanques de propulsão para que John não se pudesse desculpar com a astronauta russa, nem com o capacete novo de estrias que lhe estava sempre a cair para a testa, dando até um certo ar de ciclista, o que também, convenhamos, não ajudava a dar um ar profissional e convincente à acoplagem.
Estava no entanto tudo a correr às mil maravilhas, tirando um ou outro toque de John no satélite paquistanês, com os tanques de Hélio de ‘Little Apricot’ a entrarem em módulo de lubrificação acelerada, e eis senão quando, John, inesperadamente, alegando que o capacete lhe estava a cair para os olhos, interrompe a acoplagem e se põe a rogar pragas ao Pingo Doce. ‘Litte Apricot ‘ nem acreditava no que lhe estava a acontecer, e quase com vontade de pegar à força na merda da chave de fendas de John, pega no capacete, atira-o para o espaço sideral e declara: ‘tenho de ser eu a acabar esta porra sozinha’. ‘Tens de compreender que isto, nestas circunstâncias, não é fácil’ foi a única saída semi-airosa de John, que ia propondo colocar uma música dos Red House Painters para tentar desanuviar o ambiente tenso do cosmos. ‘Acho que senti falta das moitas de Jupiter’ foram as suas últimas, mas hesitantes, palavras que, no entanto, não o dispensaram de ouvir que se tivesse uma chave de fendas em condições, e não uma merdinha que mais parecia um isqueiro bic dos pequeninos, nada daquilo aconteceria e se calhar até a astronauta da nave dos tigres da Sibéria quereria ter experimentado. Mas fazia-se tarde, os sóis começavam todos a pôr-se pela galáxia, e ainda havia que ir comprar fruta e hidratar a fuselagem para não fazer má figura no hangar. Nem deu para comer umas línguas de gato.
O astronauta John Capuchini mais do que pisar novos planetas gostava de treinar acoplagens com a sua nave ‘Little Apricot’. Saía pela tardinha, enquanto toda a galáxia estava na matiné, e entranhava-se pelo espaço na busca da acoplagem perfeita, a last frontier das acoplagens, mesmo que efectuada em condições de grande adversidade, inclusive chuvas de cometas ou de mary’s poppins.
Naquele dia ‘Little Apricot’ tinha-lhe solenemente comunicado que não estava disposta a ir para perto de planetas com muito arvoredo, pois os radares eram muito sensíveis, e não estava para ficar emaranhada nalgumas moitas. Foram assim para a órbita do planeta Berardo (tinha o nome do antigo empresário português, numa homenagem à doação da sua colecção de cuecas de renda pintadas de luas por Joana Vasconcelos) uma espécie de Saturno mas com anéis em forma de arco-íris.
Uma das coisas que costumava deixar John Capuchini um bocado sensível durante as acoplagens era uma astronauta russa que se costumava passear com a sua nave levando um casal de clones de tigres da Sibéria a mijar no espaço porque achava que lhes fazia bem à pele. Quando isso acontecia geralmente John falhava a acoplagem, e por brincadeira ‘Little Apricot’ até o provocava perguntando-lhe se tinha de ir tratar do assunto com o modo de astronauta automático.
Mas naquele dia John enchera-se de brios e até comprara um kit de capacete e chave de fendas novos num Pingo Doce de Vénus que dizia nas instruções: «Pensa e acoplarás». Inesperadamente, um revolucionário acabamento em estrias helicoidais revelou-se problemático tendo inclusive deixado por duas vezes John com a chave na mão a olhar para o capacete e para uma ‘Little Apricot’ incrédula e quase que suspirando pelos tempos em que apenas se dedicavam a brincar à batalha de coordenadas de GPS, ou a fazer as palavras cruzadas do Ypsilon.
Mas John não desistia; e se não tinha obtido sucesso com a clássica técnica de acoplagem central iria arriscar com a alternativa acoplagem de perfil, sabendo de antemão que o espaço era exíguo derivado à proximidade dum satélite paquistanês que se instalara nas proximidades, e que se dedicava a fazer downloads ilegais de música cósmica para depois vender como imitação dos Pink Floyd. ‘Little Apricot’ enchera-se de boa vontade e até adornara a zona de acesso ao tanques de propulsão para que John não se pudesse desculpar com a astronauta russa, nem com o capacete novo de estrias que lhe estava sempre a cair para a testa, dando até um certo ar de ciclista, o que também, convenhamos, não ajudava a dar um ar profissional e convincente à acoplagem.
Estava no entanto tudo a correr às mil maravilhas, tirando um ou outro toque de John no satélite paquistanês, com os tanques de Hélio de ‘Little Apricot’ a entrarem em módulo de lubrificação acelerada, e eis senão quando, John, inesperadamente, alegando que o capacete lhe estava a cair para os olhos, interrompe a acoplagem e se põe a rogar pragas ao Pingo Doce. ‘Litte Apricot ‘ nem acreditava no que lhe estava a acontecer, e quase com vontade de pegar à força na merda da chave de fendas de John, pega no capacete, atira-o para o espaço sideral e declara: ‘tenho de ser eu a acabar esta porra sozinha’. ‘Tens de compreender que isto, nestas circunstâncias, não é fácil’ foi a única saída semi-airosa de John, que ia propondo colocar uma música dos Red House Painters para tentar desanuviar o ambiente tenso do cosmos. ‘Acho que senti falta das moitas de Jupiter’ foram as suas últimas, mas hesitantes, palavras que, no entanto, não o dispensaram de ouvir que se tivesse uma chave de fendas em condições, e não uma merdinha que mais parecia um isqueiro bic dos pequeninos, nada daquilo aconteceria e se calhar até a astronauta da nave dos tigres da Sibéria quereria ter experimentado. Mas fazia-se tarde, os sóis começavam todos a pôr-se pela galáxia, e ainda havia que ir comprar fruta e hidratar a fuselagem para não fazer má figura no hangar. Nem deu para comer umas línguas de gato.
2 comentários:
Olha, olha! Excedeu-se em efeitos... uma «apricot jam session»!
C.
quase quase... uma apricot em calda
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