Depois de redescoberto o poder purificador da ganância, o mundo agarra-se a ela com unhas e dentes para não deixar fugir a sua nova estrela bode de expiação. Se os gananciosos apresentarem ainda, de bónus, uma prática regular de bons e recomendados costumes forma-se então o combinado de excelência expiatória que é a ganância com hipocrisia a cavalo. Se a este prato acrescentarmos o docinho que é a arrogância-sobranceira & sorrizinho, temos o perfeito demo-armani do século XXI. Este diabrete dos tempos modernos é um filho da puta perfumado, uma espécie de chanelbrão que nos enche a alma de um ódio praticamente cristão, e que nos resolve todos os justificados tormentos relacionados com a necessidade duma piedosa explicação para o ‘estado do mundo’. O poder terapêutico e ecológico da explícita malandrice gananciosa é um bem da humanidade, só equiparável aos raios laser, aos cacahuetes caramelizados e ao microondas.
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2 comentários:
Um aperitivo destes parece-me requinte q.b. para anoxia. Dispensa-se até a parte do bode respiratório.
C.
seja pelo que fôr, aqui é sempre com requinte, claro.
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