Qualquer cidadão normal, enquadrado num, soi-disant, agregado funcional estável (unidade sociológica que se caracteriza por não satisfazer os critérios necessários para alimentar uma reportagem da TVI), quando olha para o Estado reconhece-lhe três missões primordiais: aturarem-lhe os filhos, removerem-lhe o lixo, caparem os pedófilos.
Quando a mãe natureza nos induziu à procriação e consequente ilusória perpetuação da espécie, (esteja ela em progressão, regressão ou mero encavalitamento com as outras) subentendeu que em paralelo existiria uma curiosa sub-espécie denominada de professores, e que se encarregaria de aliviar os casais-copuladores-de-esperma-e-óvulo da parte mais maçadora da sobrevivência da dita espécie: educá-la.
O tal de professor deveria assim ser respeitado e mantido numa reserva ecológica, bem nutrido, desinfectado, sexualmente saciado, e com formação específica nas áreas dos agentes alucinogénios, anestesiantes, enfardamento de palha e manipuladores de consciência em geral; pura e simplesmente não se deve depositar esperanças na educação em liberdade. Em liberdade um gajo pode caçar, mijar, lançar papagaios, engatar professoras em cima do feno, ou ajudar o capuchinho vermelho; educar-se, nunca.
O mito arcaicizante da educação em liberdade tem produzido mais equívocos que a contratação de secretárias com mini-saia. O livre pensamento é apenas uma aparente condição neuronal – até bem delimitada pela caixa craniana – e está destinado a ser devidamente controlado e enquadrado por essa corporação de eleitos e protegidos, e que apenas devem prestar contas a Deus nosso senhor, pois o seu, deles, desígnio foi construído à imagem e semelhança das melhores páginas do Pentateuco ilustrado. E em falhando na educação programada, planificada e iluminada, cuidado, ao Estado apenas sobrarão os contentores ou a catana.
Quando a mãe natureza nos induziu à procriação e consequente ilusória perpetuação da espécie, (esteja ela em progressão, regressão ou mero encavalitamento com as outras) subentendeu que em paralelo existiria uma curiosa sub-espécie denominada de professores, e que se encarregaria de aliviar os casais-copuladores-de-esperma-e-óvulo da parte mais maçadora da sobrevivência da dita espécie: educá-la.
O tal de professor deveria assim ser respeitado e mantido numa reserva ecológica, bem nutrido, desinfectado, sexualmente saciado, e com formação específica nas áreas dos agentes alucinogénios, anestesiantes, enfardamento de palha e manipuladores de consciência em geral; pura e simplesmente não se deve depositar esperanças na educação em liberdade. Em liberdade um gajo pode caçar, mijar, lançar papagaios, engatar professoras em cima do feno, ou ajudar o capuchinho vermelho; educar-se, nunca.
O mito arcaicizante da educação em liberdade tem produzido mais equívocos que a contratação de secretárias com mini-saia. O livre pensamento é apenas uma aparente condição neuronal – até bem delimitada pela caixa craniana – e está destinado a ser devidamente controlado e enquadrado por essa corporação de eleitos e protegidos, e que apenas devem prestar contas a Deus nosso senhor, pois o seu, deles, desígnio foi construído à imagem e semelhança das melhores páginas do Pentateuco ilustrado. E em falhando na educação programada, planificada e iluminada, cuidado, ao Estado apenas sobrarão os contentores ou a catana.
(na foto Doris Day e Clark Gable)
2 comentários:
Que nunca lhe doam os dedinhos por tão preciosa prosa! Creio até que o sr Mário, o do bigode que ao outro já não vale a pena, poderia aproveitar muito desta lição pª organizar a sua (dele) luta.
C.
temos de ser uns para os outros. Mas por trás de todos os grandes mários há sempre uma grande milu.
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