Dia internacional da glândula

Dona Pituitária tomou a palavra e exclamou: «está aberta a 1ª conferência internacional da glândula moderna; o nosso lema será: ‘a cada apalpão uma excreção’». Mme Pineal tinha-se posto um pouco de lado, certamente despeitada por não ter sido escolhida para presidenta da mesa, mas aos poucos foi ganhando à vontade e chegou a lançar uma chalaça às manas Adrenalinas, que não paravam quietas, e metiam-se com toda a gente, especialmente com os manos Testis, uns cavalheiros aprumados mas que, diga-se, também não desgostavam de ser acarinhados. Só que a rainha deste primeiro congresso parecia ser a Frau Sudorípara, uma alemã radicada para os lados do Guincho e que se passeava pelo congresso afirmando em alto convencimento: «vocês podem todas andar aí a flauseanar mas, quando tocar a endocrinar, se eu não aparecer, todos vão desconfiar da qualidade do desfrute». «Olha, não te babes, não» dizia a Señorita Salivar que, desde o casamento falhado com um russo dono dum canil, nunca mais se tinha recomposto. Foi por tudo isto com alguma surpresa que acabou por ser eleita para nova presidenta a Mademoisele Sebácea, uma rapariga vistosa e que se insinuava bem pelos corredores. Dizem que tinha, inclusive, algum pêlo na venta. Não admira assim o novo lema para o próximo ano: «quando a crise roçar nós pomo-la a deslizar». Glândula satisfeita é meio caminho para, no caminho sinuoso até ao Paraíso, não enjoar na viagem.

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