Cantinho da lágrima #1

Há muitos, muitos, anos que a minha mãe, quando se despede de mim, quer seja por telefone quer seja mesmo pessoalmente, me diz sempre: «que Deus te abençoe meu filho». Claro que uma vez ou outra, por força das circunstâncias, pressa ou distracção, mas muito, muito, raramente, não o diz. Noutro dia dei por mim a sentir essa falta. Confirma-se assim que, como em tantas coisas da vida, sentir a ausência tem mais força do que as mais bem intencionadas demonstrações da existência.

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